Autor: Margarida Vale

Deram-me o nome de Margarida e, sem terem essa intenção, fiquei ligada à terra e aos seus modos. Margarida do Vale. Mistura de culturas que se sabem entrosar, entre o sul e as ilhas, assim cresci entre gente culta e estudiosa e pessoas simples que sabiam o valor da labuta diária. Sou uma amálgama de tudo e de vontades, por isso, a mente que me foi dada é irrequieta. Já tive várias profissões e agora estacionei no ensino. Que existe de melhor do que estar com gente jovem, com pequenos diamantes que precisam de ser lapidados e polidos? Os desafios são enormes mas a recompensa é bem maior. O crescimento é recíproco e salutar. A História é uma paixão, assim como a escrita, que esteve parada durante uns anos e cuja gaveta foi reaberta sem data para encerrar. O passado coletivo é a nossa herança e não pode ficar esquecido. para tal existem as letras que lhe tentam fazer justiça e testemunho. Afinal de que somos feitos? De sonhos e de quereres e ainda de várias vidas que se vão vivendo conforme os obstáculos vão surgindo e necessitam de ser ultrapassados. Viver é uma arte que se renova e que encanta. Talvez seja por isso que o Tejo me acompanha e vivo bem perto dele e do local onde os barcos foram feitos para zarparem e descobrirem novos mundos.