O Futebol Clube de Famalicão garantiu, no ‘sofá’ e à passagem da 32ª. ronda, a manutenção nesta I Liga Bwin e pode ascender, no último jogo desta temporada, a jogar em casa frente ao SC Braga, ao 10° lugar, no caso de o Paços Ferreira não conseguir pontuar em sua casa frente ao SL Benfica e de o Boavista não vencer obrigatoriamente o Tondela, o que não aconteceu.
A equipa do FC Famalicão tem protagonizado uma época 2021/22 repleta de altos & baixos… mas também recheada de bastantes sobressaltos. Conseguiu também realizar uma recta final de grande nível.
Esta recta final final foi decisiva para o FC Famalicão e aconteceu, com mérito, fruto de mudanças ocorridas na equipa durante a janela de oportunidades que representa a ida ao mercado futebolística em janeiro.
‘Uma Casa Constrói-se de Baixo para Cima’
Sendo certo que uma casa se constrói a partir da base em direção à cobertura, uma equipa constrói-se a partir da defensiva até ao ataque: uma defesa sólida é ‘meio caminho’ para bons resultados e futebol atractivo.
Assim aconteceu com a defensiva do FC Famalicão que melhorou qualitativamente desde a chegada do Treinador Rui Pedro Silva.
Com Rui Pedro Silva como ‘homem do leme’ o FC Famalicão sofreu 24 golos em 19 jogos, o que compara – para melhor – com cerca de 26 golos em 20 jogos de Ivo Vieira à frente do clube na presente Temporada. Apesar das estatísticas defensivas não serem de uma diferença particularmente significativa, o que mudou foi a abordagem defensiva da ideia de jogo de Rui Pedro Silva, evidente na média de golos sofridos por jogo.
‘Luiz Junior – Um Guardião que foi ‘Meia Equipa’
O guarda-redes Brasileiro Luiz Junior coleccionou o prémio de ‘melhor em campo’ em várias ocasiões e foi de facto ‘meia equipa’ em muitos jogos. Como descrevemos muitas vezes nas nossas crónicas, Luiz Júnior foi um ‘Guardião’, um autêntico ‘Guardião do Templo’ representado pelas balizas do FC Famalicão e de qualquer Estádio Português.
Luiz Júnior salvou o FC Famalicão várias vezes. Refira-se especialmente a categórica exibição no Estádio da Luz, na ronda 31ª, em que o clube conseguiu um precioso ponto para a manutenção.
Riccieli – O Patrão do Eixo Defensivo
Riccieli foi o defesa central mais regular da defensiva famalicense, bem secundado por Alexandre Penetra.
O que difere A. Penetra de Riccieli é a liderança que um ‘Zagueiro’ com três épocas de Primeira Liga já possui e o carismático perfil de líder do Brasileiro.
Com um óptimo campeonato à sua conta e Riccieli já se pode ‘gabar’ de ter marcado a um grande do futebol nacional. Neste caso, o FC Porto, na ronda 19ª, no Estádio Dragão, num cabeceamento ‘à matador’.
‘Yellow SubMarín(e)‘
Adrián Marín – Defesa Lateral Esquerdo Espanhol do FC Famalicão – começou o seu percurso no Villarreal de Espanha. Sim, esse mesmo clube que nesta edição da Champions League foi às meias finais frente ao Liverpool e um grande clube por sinal (…). E, sim, esse mesmo Clube autointitulado de ‘Yellow Submarine’ – Submarino Amarelo -. Foi lá que Marín fez a sua formação.
Nesta época, Adrián Marín marcou Quatro Golos e teve duas assistências e acabou de ‘pé quente’ a marcar dois golos seguidos. Isto sem falarmos de todo o trabalho de retaguarda realizado no arranque de muitos dos melhores lances dos Famalicenses. É um lateral com ‘muchas ganas‘ e um futebolista de ‘equipa grande’.
Um milhão de euros de opção de compra para o Granada CF é uma ‘Pechincha’ que o FC Famalicão agradece e muito!
Na outra faixa lateral…
Diogo Figueiras foi o Lateral-direito que começou a época a titular, mas o jogador revelou-se, esta temporada, bastante intermitente. Foram, por isso, recorrentes as trocas com De La Fuente, que acabou a época a titular e jogou os 90 minutos em praticamente todos os jogos com os grandes, o que evidencia a sua qualidade de jogo.
Internacional Olímpico pela eterna Argentina de Diego Armando Maradona, pela qual esteve presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Argentino relegou Diogo Figueiras para suplente.
Veremos o que serão as laterais direita e esquerda famalicenses na próxima temporada.
Imprescindível Pickel, Assunção, Pepê Rodrigues
Charles Pickel é um médio-defensivo de elevada compleição física. Como único elemento defensivo do meio-campo, alinhou os jogos quase todos a cumprir os 90 minutos (ou quase), o que mostra que o FC Famalicão deveria procurar um elemento para a sua função e promover a competividade pelo lugar.
Gustavo Assunção regressou em janeiro e foi importante na segunda metade da temporada, ao oferecer leitura de jogo e mais eficácia no lançamento de jogadas de ataque. Assunção joga habitualmente muito livre e subido no terreno.
Depois há ainda Pepê Rodrigues que atingiu a marca de cinco golos e seis assistências e é um dos futebolistas com mais minutos de azul & branco. Tem outra característica importante: é um marcador de penaltys que sabe executar bem da marca dos onze metros.
‘Fator Janela de Janeiro’
Para falar no ataque do FC Famalicão teremos de falar de um mercado de janeiro profícuo para o FC Famalicão, isto apesar de o clube não ter feito a abordagem às necessidades do plantel mais correcta, segundo cremos.
Lesão e consequente baixa de rendimento de Iván Jaime fizeram trazer para o clube famalicense João Carlos Teixeira, um ex-pupilo de um Senhor do Futebol Mundial que se chama Jurgen Klopp, e de quem o treinador alemão disse apreciar as suas qualidades – um excepcional cartão de visita para João Carlos Teixeira. O atleta chegou, jogou e impôs-se com golos e jogadas de muita classe, demonstrando que quando se é ‘bom’ futebolista não são necessária adaptações ou quaisquer outras questões. A sua acção no clube durou nove jogos, tendo uma lesão, em Portimão, frente ao Portimonense, feito com que ficasse de fora até ao penúltimo jogo, no Estádio Jamor, frente ao Belenenses SAD.
Pela faixa esquerda há Ivo Rodrigues. Trata-e de mais um futebolista imprescindível à equipa. Com um talento imneso, sempre que necessário, intervém e oferece oferece segurança a reter o esférico em jogadas de ataque.
Com frequência, Não se presta o devido valor ao futebol praticado por Ivo Rodrigues. Protagonizou lances de grande relevo, como o quinto golo frente ao Boavista (vitoria por 2-5), na ronda 11ª, ao assistir Pepê Rodrigues.
‘Show de Bola’ de Bruno Rodrigues
Seja pelo interior ou pelas faixas laterais do terreno de jogo, houve Samba de Bruno Rodrigues nesta Temporada, com um extraordinário campeonato do Brasileiro. O jogador, para além de ‘show de bola’, deixou a pele no relvado. Falta-lhe finalizar melhor em lances com selo de golo para ser um futebolista superior.
As delícias de Jhonder Cadiz & Simon Banza
A dupla atacante fez as delícias dos adeptos famalicenses e do futebol em geral. Jhonder Cadiz deu outra dimensão ao ataque famalicense, o que implicou uma menor preponderância de Simon Banza em golos.
Ainda assim e, curiosamente, segundo os dados estatísticos da Liga Portugal, Simon Banza foi o 10° melhor marcador da I Liga Bwin, com 12 golos, foi o 3° ponta lança com mais ‘Tentativas de Golo’ – cerca de 41, atrás de Mehdi Taremi e Darwin Nunez, e foi o 2° futebolista com mais remates na direção das balizas num total de 28.
Num ‘Upgrade Competitivo‘, Jhonder Cadiz ajudou a alavancar os resultados do FC Famalicão que acabaram por se consumar ao conseguir oferecer mais dinâmica atacante à equipa.
Heriberto fundamental em momentos decisivos
Heriberto Tavares voltou a mostrar o seu papel fundamental nos momentos decisivos ao marcar e assistir no jogo que praticamente garantiu a manutenção frente ao Estoril Praia, no antepenúltimo jogo, na ronda 32ª. Isto depois de, na época passada, ter assinado, num Golaço, frente ao Vitória de Guimarães, na Cidade Berço, que garantiu a permanência na I liga na temporada anterior.
Estes foram os futebolistas preponderantes neste FC Famalicão 2021/22 e as forças de um plantel que viveu mais das individualdades que do papel colectivo. Este facto fez com que a equipa não se evidenciasse pelo conjunto e notou-se na dificuldade em manter ciclos positivos ao longo do Campeonato.
Rui Pedro Silva aquém das expectativas, mas em próxima época e plantel poderá ser diferente
O Treinador Rui Pedro Silva acaba o seu contrato neste fim de temporada. Apesar da permanência na I Liga, não convenceu a exigente massa associativa do FC Famalicão no que se refere ao futebol praticado. Os resultados, além disso, ficaram também aquém das expectativas.
Rui Pedro Silva beneficia, no entanto, do facto de não ser em grande parte responsável pelas escolhas dos nomes dos jogadores que fizeram a equipa famalicense na presente temporada. Poderá, na próxima época, se se mantiver no clube, conseguir criar um plantel que encaixe mais dentro das suas ideias de jogo, aspecto que poderá ser totalmente diferenciador.
FC Famalicão, Amor de Perdição!
Aguardaremos serenamente, com confiança e sentido crítico construtivo, pelas decisões que se avizinham pela parte de quem dirige e trabalha no FC Famalicão.
Sempre FC Famalicão!
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Imagens: FCF
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