Camilo Castelo Branco permanece vivo um século depois da inauguração da Casa-Museu de Camilo. Roteiro Camiliano por Braga, teatro cómico com 150 anos, exposição memorial do centenário, almoço de galinha mourisca, feira de edições camilianas e inauguração da sede das “Rotas do Escritor” marcam o acontecimento, no fim de semana de 14 e 15 de outubro.

Há um século o mundo era radicalmente diferente, mas Camilo Castelo Branco já era um monumento da literatura nacional e São Miguel de Seide já era a sua casa.

Depois de um século de atividade, o Museu de São Miguel de Seide, no concelho de Vila Nova de Famalicão, é reconhecido nacional e internacionalmente como caso singular da museologia portuguesa, seja pela preservação da memória vivencial de Camilo nesta casa mas também pela forma como ela está presente na sua literatura de inegável valor universal. A Casa-Museu do escritor que adotou Famalicão para viver os últimos anos da sua vida na companhia da sua paixão maior, Ana Plácido, tem-se afirmado, quer pela capacidade de apoiar a investigação no domínio dos estudos camilianos, quer pela de criar condições para o acolhimento de todos quantos querem estudar, pensar e contar Camilo.

Rota Camilo liga Famalicão a Ribeira de Pena com passagens por Braga e pelo Porto

Exatos 100 anos após a sua fundação – este sábado, 15 de outubro, às 16h00 -, a Casa de Camilo abre as suas portas para inaugurar, na galeria da Casa-Museu, a sede do projeto «Camillo – Rotas do Escritor», uma iniciativa que deixa de ser promessa e que é o quilómetro zero de uma novíssima rota literária em torno do património de pendor camiliano, que atravessa Famalicão, Braga, Porto e Ribeira de Pena, descobrindo verdadeiros tesouros patrimoniais, históricos, literários e imateriais em cada um destes destinos da Vida de Camilo.

O projeto «Camillo – Rotas do Escritor» materializa e potencia uma rota literária, cuja sede é precisamente a Casa de Camilo, em torno do património vivencial, literário e arquitetónico camiliano, congregando, para o efeito, o inestimável envolvimento de instituições com forte ligação histórica ao romancista Camilo Castelo Branco, sitas em Famalicão, Braga, Porto e Ribeira de Pena.

6ºs. Encontros Camilianos de São Miguel de Seide

Segue-se, pelas 16h30, uma visita orientada à Casa-Museu de Camilo, recentemente objeto de intervenção museológica tendo em vista a qualificação e valorização da sua exposição permanente, designadamente, no que respeita à eliminação de barreiras arquitetónicas para pessoas com restrições de mobilidade; à iluminação de várias divisões e dos bens culturais nelas expostos; à reformulação da loja de vendas; bem como à criação de uma sala polivalente e de uma sala vocacionada para o serviço de refeições com ementa camiliana.

Durante todo o dia 15 de outubro decorrerá também uma feira de edições camilianas e acontecerão ainda os 6ºs Encontros Camilianos de São Miguel de Seide, que promovem um importante debate e a reflexão interdisciplinar em torno das temáticas camilianas, contribuindo, desse modo, para a melhor promoção e divulgação da vida e da obra de Camilo Castelo Branco, bem como para sedimentar a sua política de intervenção cultural e científica a favor da Língua e da Cultura portuguesas. Desta reflexão e deste debate resultará um importante contributo para a formação de docentes das disciplinas de Português e de História do Ensino Básico e Secundário, atendendo à presença de obras do novelista nos programas e nas metas curriculares desses níveis de ensino.

Antes ainda, pelas 10h30, inaugura-se a exposição “A tebaida do Mestre de Seide”, que revisita os 100 anos de memorias desta casa-museu.

Visita guiada a Braga e representação de Entre a Flauta e a Viola

Este programa de 15 de outubro completa-se com um belíssimo almoço camiliano de galinha mourisca e sucede a dois importantes eventos promovidos na véspera, um “roteiro camiliano ao centro histórico de Braga”, na sexta-feira, 14 de outubro, das 14h00 às 18h00, e à peça de teatro cómico Entre a Flauta e a Viola – no mesmo dia, pelas 21h30, no auditório do Centro de Estudos Camilianos. A peça a levar à cena será interpretada pelo GRUTACA, Grupo de Teatro Amador Camiliano, comédia em um ato que subiu à cena há 150 anos, a 10 de janeiro de 1872, no Teatro Nacional, em festa artística do grande ator António Pedro, e seria a última obra dramática original de Camilo a representar-se em sua vida.

1ª Página. Clique aqui e veja tudo o que temos para lhe oferecer.

Rota Camilo cada vez mais de interesse turístico-cultural

Chef Renato Cunha e Ferrugem apresentam menu camiliano

Casa de Camilo volta a ostentar traça original

Uma inocência furiosa: George Steiner (1929-2020)