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Rui Rio: uma mão cheia de nada

 

 

Rui Rio ganhou as eleições primárias no seu Partido Social Democrata (PSD) e vai em meados de janeiro do próximo ano ao Congresso do seu partido fazer a festa da apoteose contra o velho aparelho do PPD que não só não conseguiu substituir ao longo de todo o tempo em que já é seu presidente como aquando das eleições autárquicas até apoiou candidatos dessa área de influência política já ao tempo seus opositores internos e atualmente presidentes e vereadores em autarquias como acontece na capital: Lisboa.

Conseguiu afastar alguns putativos candidatos a deputado nas listas concorrentes às anteriores eleições legislativas e afastará mais alguns nas próximas listas, mas não se livrou de figuras que ‘sacudiu’ para os salários dourados do Parlamento Europeu pagos por todos nós contribuintes financeiros e de onde emergiu Paulo Rangel, o seu opositor interno, apoiado pela estrutura dorsal do partido. Ainda assim, a este de nada lhe valeu, porque os ideólogos do modelo de eleição designado por primárias têm como objetivo primeiro anular o trabalho efetivo em favor do absentismo participativo. Uma evidência suficientemente conhecida por Rui Rio que, como já é seu costume na andança pela atividade política, se borrifou para o aparelho e fez uma campanha interna virada para as pessoas inscritas no seu PSD com direito a votar.

Paralelamente capitalizou a simpatia do eleitorado ao não ter feito qualquer oposição a um Governo estribado em conquistas sociais mas também no combate à pandemia que continua a assolar o mundo. Eleitorado esse a quem agora pede uma maioria absoluta já em 30 de Janeiro.

Conjuntura favorável

A conjuntura é-lhe favorável em face da previsível melhoria nos resultados da economia que depois de bater no fundo já só lhe resta melhorar, nem que seja ao cêntimo, a que temos de juntar o bolo inscrito no PRR – Plano de Recuperação e Resiliência mais os “trocos” sem juros a pagar e que lhe darão a folga necessária para privatizar setores vitais como são os negócios da saúde e da educação, entre outros.

Efeitos negativos

A tudo isto poderemos acrescentar o efeito negativo do constante massacre perpetrado por órgãos da comunicação social:

– ao Serviço Nacional de Saúde (SNS);

– à justiça mais concretamente ao Ministério Público;

– à escola pública através dos rankings de classificação e outros;

– ao Estado enquanto garante da estabilidade macroeconómica;

– outros.

Rui Rio e o ‘centrão’

Para selar toda esta panóplia conjuntural com “chave de ouro”, a figura de Rui Rio e o seu posicionamento político  “ressuscitou” todos os defensores do “centrão” ligados ao Partido Socialista (PS) que sempre tiveram essa solução como sendo a ideal para Portugal e poderem assim varrer qualquer entendimento com a esquerda que abominam.

Rui Rio apostou tudo; até o abandono da sua atividade política.

Ganhou.

Mas… terá o PSD ganho alguma coisa?

Ou terá hipotecado por mais uns quantos anos a possibilidade de vir a ser Governo?

Ou, quiçá, abriu espaço político para o crescimento da Iniciativa Liberal?

Em 30 de janeiro do próximo ano saberemos.

Uma ‘mão cheia de nada’ devida à paragem no tempo

Aquilo que me parece é que, de cambalhota em cambalhota, o PSD vai perdendo protagonismo político por manter o seu posicionamento social em torno da defesa dos interesses de uma classe média em vias de extinção e que arrasta consigo os seus defensores, onde se inscrevem muitos históricos do PS. Daqui, como resultado, sairá “uma mão cheia de nada” porque, ao não conseguirem acompanhar a evolução das sociedades, as suas atuais exigências quotidianas, entre muitas outras alterações nos paradigmas de vida societária e económica, dão mostra de terem parado no tempo que já não é o existente e muito menos será o do futuro.


Imagem: LUSA (ed VN)


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