Banca | Novo Banco vende seguradora com desconto de 70% transferindo prejuízos para Fundo de Resolução

Banca | Novo Banco vende seguradora com desconto de 70% transferindo prejuízos para Fundo de Resolução

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Catarina Martins reagiu à notícia de que o Novo Banco vendeu uma seguradora a preço de saldo a um milionário recentemente condenado por corrupção, lembrando que as alternativas à venda do banco à Lone Star sempre foram chumbadas por PS, PSD e CDS e apresentando medidas imediatas para “conter custos e garantir transparência”.

De facto, conforme destaca a notícia do Público assinada por Cristina Ferreira, “não é apenas a variação acentuada de valores a suscitar controvérsia, são os sinais de que as autoridades nacionais e europeias desvalorizaram os indícios de ligação do comprador da Gama Life ao magnata do sector segurador Greg Lindberg”, previamente indiciado por corrupção e fraude fiscal.

A coordenadora do Bloco de Esquerda reagiu esta segunda-feira, através das suas redes sociais, à notícia do Público assinada por Cristina Ferreira, de que o Novo Banco vendeu a seguradora GNB Vida à Apax, propriedade de um milionário condenado por corrupção, já este ano, nos Estados Unidos, por um preço muito abaixo – cerca de 70% – do seu valor contabilístico, o que gerou uma perda de 268,2 milhões de euros. Catarina Martins começou por salientar que “agora já todos chamam à Lone Star um fundo abutre. Assim, sem aspas.” Quando o Bloco assim classificou pela primeira vez a empresa à qual o banco português ia ser vendido “ouvimos que era puro preconceito do Bloco”.

O mesmo se passou quando “se dizia que o BES era seguro e qualquer suspeita uma mania persecutória do Bloco”, mais tarde, em 2014, “como se garantia que seria a resolução do BES” e, por último, em 2017 quando “a garantia era que a venda seria um sucesso”.

De acordo com a informação vinda a público, a situação fora denunciada, em 13 de janeiro, à ESMA (Autoridade Europeia de Mercados e Títulos, que é o regulador europeu), e é subscrita por entidades com envolvimento e interesse direto no Novo Banco, uma vez que tal transação poderia configurar “o objectivo de lesar os contribuintes portugueses”.

Os primeiros anos de vida do Novo Banco tinham mesmo que acontecer assim?

O Bloco de Esquerda lembra que esta história “não tinha de ser assim”. O Bloco apresentou alternativas à venda que “não só foram chumbadas por PS, PSD e CDS como foram sempre tratadas no espaço público como pura irresponsabilidade”.

Estas posições não foram tomadas ao acaso: “A regra é limpar bancos privados com dinheiros públicos e voltar a privatizar. Ousar diferente seria catastrófico. E, se Bruxelas queria e aprovava o negócio, nada podia ser questionado”, escreve a dirigente bloquista que se questiona: “E agora? Quem paga tamanha irresponsabilidade?”

Urge tomar medidas

Em simultâneo, Catarina Martins apresenta “algumas medidas imediatas, para conter custos e garantir transparência”:

– dar ao Parlamento acesso aos dados preliminares da auditoria da Deloitte;

– denunciar o contrato com a Deloitte (que não acabou a auditoria em tempo, mesmo depois da prorrogação prazo e assim perde credibilidade) e ser o Banco de Portugal e o seu novo governador a assumir essa tarefa;

– demitir o Fundo de Resolução e substituir a administração do Novo Banco. O Estado tem participação no Banco, não pode ficar parado a ver o assalto a acontecer; e

– investigar tudo, responsabilizar e retirar todas consequências.

 

Fontes: Esquerda, Público; Imagens (DR): Paulete Matos/Novo Banco (ed VN)

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Categorias: Política

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