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Celebram-se dias, fazem-se protocolos em Quioto, Acordos em Paris, Cimeiras em Espanha, Leis do Clima em Portugal e continuo a imaginar o planeta em modo apneia, lutando para, num último esforço, vir à tona e respirar, sobrevivendo assim por mais algum tempo às consequências da ação humana.
Nunca falamos tanto do ambiente e ainda assim, enquanto sociedade, somos incapazes de reconhecer a nossa incapacidade ou relutância de, efetivamente, o defender.
Apesar de a nossa sobrevivência estar em causa, temos tendência a esquecer que são as nossas escolhas diárias que ditam a maneira como o mundo se apresenta. Isto é, as mesmas têm repercussões a nível local e global, disso não tenhamos dúvidas.
Gases com efeito estufa, políticas de extrativismo desenfreado dos recursos naturais, a desflorestação – como o caso da Amazónia -, a forma como produzimos os nossos alimentos promovendo culturas intensivas no Alentejo ou o incentivo de uma alimentação poluente e baseada em proteína animal constituem, definitivamente, um conjunto demasiado alargado de comportamentos que inviabilizam uma efetiva proteção da biodiversidade e da nossa própria vida.
A nível local, a ausência de políticas integradas na gestão dos recursos hídricos e ambientais também deixam a desejar: temos o exemplo do nosso rio Pelhe, um rio famalicense completamente esquecido no seu valor intrínseco e de contributo fundamental para a manutenção de ecossistemas. Mas também o Ave, o Pele e o Este, que atravessam o concelho e que tanto poderiam contribuir para uma riqueza ambiental e todos os benefícios que daí advêm.
Vivemos um excecional contexto em que, inequivocamente, tivemos a prova cabal do impacto das nossas ações. Condicionadas e condicionados por um vírus que entrou nas nossas vidas sem ser convidado, fomos obrigados a parar.
Várias foram as notícias – como esta, a título de exemplo, ‘O vírus que limpa o ar e abafa o ruído das cidades‘ – que nos deram conta de uma surpreendente redução das emissões de dióxido de azoto para a atmosfera, valores históricos como 80% em Lisboa e 60% no Porto, segundo informação do Laboratório de Observação da Terra do AIR Centre.
Mas sabemos que, com um regresso sem um Plano de Transição Económico e Social verdadeiramente sustentável, não tardará e estaremos novamente a travar os mesmos problemas ambientais.
A utopia última seria uma mudança drástica de paradigma no âmbito económico de forma a que se pugnasse por verdadeiras políticas ambientais. Independentemente do que temos ao dispor, são os nossos comportamentos, fazendo estes parte de um todo, que condicionam o nosso futuro.
Que as leis e acordos e protocolos nos sirvam de base legal e institucional para forçar metas e compromissos, mas nunca esqueçamos que cada um e cada uma de nós tem o dever cívico e a obrigação de não se demitir das suas responsabilidades, com vista a salvaguardar o futuro das gerações vindouras.
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