Livros | ‘Pandemia e Aprisionamento’ de Armindo Padrão Abreu: diário de um padre em tempos de confinamento

Livros | ‘Pandemia e Aprisionamento’ de Armindo Padrão Abreu: diário de um padre em tempos de confinamento

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“Pandemia e Aprisionamento” de Armindo Patrão Abreu é o título do livro, diário de um padre, escrito pelo pároco de Palmeira de Faro e Curvos, no concelho de Esposende, que acaba de ser dado à estampa. A venda do livro, edição do autor, reverterá a favor de projetos e obras de natureza social das suas comunidades paroquiais.

Neste livro o autor, em situação de confinamento com sucessivas quarentenas, devido a um tratamento oftalmológico, ficou só e prisioneiro na sua residência paroquial durante o tempo que a pandemia de Covid-19 ia galopando no tempo e no espaço, até ao momento da primeira fase do desconfinamento.

Durante este período, ”engaiolado” no escritório fez deste espaço o seu centro operacional e posto de vigia estando sempre conectado, através da televisão, rádio e redes sociais, com o exterior, com as suas comunidades paroquiais, com o concelho, a região, o país e o mundo.

Diário de bordo da pandemia regista um olhar transversal

Não sendo um tempo fácil para ninguém, face aos problemas surgidos e terríveis circunstâncias, mais difícil foi para o autor que, sempre prezando a liberdade, os grandes espaços, a gente e o convívio partilhado, nunca viveu confinado, nem nunca permitiu que o confinassem. O Padre Armindo Patrão Abreu nunca foi homem de clausuras e de portas fechadas. Muito pelo contrário, no seu percurso de vida tem sido sempre homem de abrir portas, de fazer da Igreja, do adro, da casa ou do terreiro palcos da vida e da relação entre os Homens e destes com Deus. Tudo feito numa dinâmica e numa dialética próprias de quem se habituou a pensar, fazer cedo e a ver longe.

Este é um livro feito registo de apontamentos ou diário de bordo da barca de que é timoneiro, onde o autor, nunca se preocupando com o estilo e com a forma, numa escrita simples, limpa e corrida, não entrando em processos introspetivos e intimistas, observa, regista, comenta, questiona, pesquisa, reflete, consulta, colige, medita e faz meditar. Faz tudo isto, com um olhar transversal e em diferentes escalas, numa análise multivariada e abordando questões de natureza política, histórica, económica, social, cultural e comportamental correlacionados com a crise pandémica e sanitária, uma autêntica guerra que se alastrou pelo mundo provocada por um “inimigo invisível”.

Interpelação ao leitor sobre a vida em comunidade e a forma de ser Igreja

Armindo Patrão Abreu aproveitou este tempo vivido para refletir, para interpelar o leitor, os paroquianos, as comunidades, tudo e todos, numa verdadeira ação de intervenção pastoral para a mensagem e forma de ser Igreja, hoje e amanhã. Uma Igreja, assembleia de fiéis, que, na sua opinião, tem por base a doutrina do Bem e do Amor. Esta é uma linha que perpassa todo o livro e que está presente nos momentos, quando, propositadamente, dá espaço às mensagens do seu Arcebispo, Dom Jorge Ortiga, de quem é condiscípulo, e de Sua Santidade, o Papa Francisco, bem como a textos/reflexões de amigos seus. Tudo feito, relevando a sua condição de Padre e de Pároco, o trabalho pastoral que quer ajustado aos novos tempos da Igreja, dos Homens e da Sociedade, nas suas diferentes escalas e dimensões, pois há que saber tirar ilações, uma vez que depois deste tempo duro e difícil tudo será diferente e que seja para melhor.

Livro de um Professor, Autarca, Homem e Padre que valoriza sempre o primado da pessoa humana

Em suma, este livro é um simples contributo, fruto das circunstâncias vividas e sentidas, de um Padre/Homem ou de um Homem/Padre que toda a sua vida tem, com muito discernimento, feito uma pastoral interventiva, plural, aberta, envolvente e com sentido crítico, mas permanentemente pedagógica e valorizando sempre o primado da pessoa humana, a sua condição e a relação com Deus nesta Casa Comum de que nos fala Francisco, na sua Laudato Si´.

Um livro, fácil de ler, de um Padre/Pároco/Homem com muito caminho feito no seu peregrinar, com personalidade muito forte, frontal e verdadeiro. Um livro de um Professor, Autarca, Homem e Padre. Homem com uma vida multifacetada, com obra feita, determinado e corajoso, interveniente e lutador, defensor de boas causas, solidário, com grande capacidade de mobilização, de boa teimosia, mas autêntico e que no seu percurso de vida e nos caminhos por si abertos e trilhados, sempre fez questão em relevar a sua condição de Padre e Pároco.

Permanente capacidade de mobilização e intervenção nos domínios pastoral e comunitário

O Padre Armindo Patrão de Abreu, nasceu em 1944, nas Marinhas, Esposende, tendo ingressado nos Seminários de Braga em 1955, sendo ordenado sacerdote, com 23 anos.

Começou por ser pároco de Cunha e  Aveleda, concelho de Braga, em 1967 e 68, respetivamente, tendo sido pároco também de Bastuço Santo Estevão, Barcelos, e de São Paio de Merelim, em Braga. De 1989 até ao presente é pároco de Palmeira de Faro e Curvos, no concelho de Esposende.

Como professor, foi um dos fundadores do Externato Infante D. Henrique/Alfacoop – Cooperativa de Ensino, CRL., em Ruílhe, Braga, sendo o primeiro diretor pedagógico deste estabelecimento de ensino e presidente da direção da cooperativa em vários mandatos. Como grande impulsionador do projeto educativo desta Escola, destacou-se como defensor da liberdade de ensinar e de aprender e da causa do ensino particular e cooperativo. Foi professor também, de forma intercalada, na Escola Gonçalo Nuno, Barcelos, Escola Correia de Oliveira, Esposende, sendo ainda cofundador da Escola Profissional de Esposende. É de referir que como autarca foi membro da Assembleia Municipal de Braga, durante os dois primeiros mandatos deste órgão autárquico, na condição de independente eleito nas listas do Partido Socialista.

Com grande capacidade de mobilização e de intervenção no domínio pastoral e comunitário tem deixado, para além do Externato Infante D. Henrique, inúmeros obras e projetos por onde tem passado, sendo de destacar o Centro Paroquial de Palmeira de Faro, que contempla o melhor e mais multifuncional Auditório de Esposende.

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Categorias: Cultura, Sociedade

Acerca do Autor

Manuel Augusto Martins Araújo

Manuel Augusto Martins de Araújo, 58 anos, casado, natural de V.N.de Famalicão, residente em Arnoso Santa Eulália. Licenciado em Geografia pela Universidade do Porto. De 1981 a 2013 foi professor de Geografia, no Externato Infante D.Henrique /Alfacoop-Cooperativa de Ensino, CRL, onde, a par da atividade docente, desempenhou funções de natureza pedagógicas e administrativas. Membro da direção da Escola Profissional CIOR. De 1991 a 2001 integrou o Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, D. Agostinho Fernandes. Desempenhou funções autárquicas como Presidente da Assembleia de Freguesia de Nine e de Arnoso Santa Eulália. Membro fundador da Engenho - Associação de Desenvolvimento Local do Vale do Este; Presidente da Direção desta instituição, desde 2010. Membro do Conselho Fiscal da Associação Dar-as-Mãos e do Conselho Fiscal da União Distrital das IPSS de Braga. Membro do Conselho Municipal de Educação de V. N. de Famalicão.

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