Portugal caminha a passos largos para a cauda da Europa. Somos um País periférico. Aliás, já na antiguidade o povo que habitava esta região da Península Ibérica era conhecido como um povo que não sabia governar-se nem se deixava governar.
Não vou falar da corrupção, do nepotismo, da falta de celeridade na Justiça, dos serviços públicos, principalmente da saúde e da educação, passando pelos transportes, com prestação de serviços à população para além do risível.
Não vou falar da desgraça de quanto fica a cada português a maior parte do deficitário sector empresarial do Estado e do deitar dinheiro para cima dos problemas a ver se eles desaparecem.
Muito menos, irei falar da falta de produtividade, crescimento económico, dos fundos estruturais e de coesão que são um mecanismo europeu temporário para a aproximação dos países menos desenvolvidos dos países mais desenvolvidos da Europa e que Portugal, passados todos estes anos da adesão à Comunidade Europeia, ainda recebe e mesmo assim é ultrapassado no PIB per capita pelos Países que aderiram mais recentemente à UE.
Não vou falar dos spins do governo, sua agência de comunicação, ou mesmo dos spins, comentadores e freteiros que populam a nossa comunicação social, quer escrita quer televisionada, e a dependência e subserviência desta face ao actual executivo que nos desgoverna.
Não vou falar dos erros, omissões, más e desgraçadas decisões dos anos da pandemia.
Não vou falar da inflação que já existia em Portugal e da importada derivada de questões internacionais, em específico,da guerra na Ucrânia.
Não vou falar destes 7 anos de governação de Antonio Costa e do Partido Socialista, o tempo ira fazer me essa vontade.
Mas quero falar de nós, Povo, Nação.
Quem somos nós, os portugueses? O que queremos? O que nos espera?
Desde os primórdios da nossa história que sempre fomos um povo guerreiro, combativo, exigente, aventureiro e inovador, mas pouca gente se apercebeu que sempre fomos um povo endividado, sempre deficitário, salvo um ou outro momento de excepcionalidade, sempre vivemos à custa da riqueza criada pelos outros.
Este é o ADN de Portugal, e pelos vistos, não saímos disso.
Com o Estado Novo, provámos as agruras da vida, da guerra, da pobreza do povo, da fome, com os cofres do Estado cheios, do eternamente sós, da falta de liberdade de expressão, do controle do Estado sobre tudo e sobre todos (o fascismo e o comunismo, uma face da mesma moeda), etc…
Porém este mui nobre povo português, qual cão preso à corrente, é solto e entra numa correria e desvario total que como é natural, acaba sempre em desastre e atropelamento, nunca conseguindo discernir o básico e simples de uma democracia moderna: “a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade do outro“.
Nunca o povo português conseguiu aproveitar o bom de algumas coisas o Estado Novo fez, utilizando sempre o radicalismo, reproduzindo-se isso até a actualidade. Cada governo que toma posse desfaz tudo que o outro de outra cor política fez, mesmo que estivesse bem feito, sendo sempre o mal a culpa do outro.
Com a democracia em consolidação, chegámos à Europa.
Aí chegados… O que esta Nação quis e o povo quis e quer?
Como reza a história (a continuidade do nosso ADN): viver à custa dos outros. E é isto que o povo português quer e quererá: viver à custa dos outros, sem produtividade, sem crescimento, sem desígnio nacional. Fica tudo bem, desde que venha da Europa o dinheiro necessário para uma vida minimamente condigna.
Infelizmente é esta a mentalidade portuguesa, talvez ainda resquícios e complexos daquela franja da população que ainda se lembra do fascismo, a geração baby boomer.
O que nos espera é uma incógnita. Acreditava-se que a geração millenial (principalmente a partir de meio desta geração) e Z (início da geração) conseguissem romper com o status quo na totalidade, mas, infelizmente, ainda assim não aconteceu.
É impossível romper com uma ordem estabelecida, quando um Estado, um governo, não cria condições para que esta geração (uma das gerações melhor preparadas e habilitadas) consiga sair da alçada da casa dos pais antes dos 34 anos, crie família, desfaça o inverno demográfico, desenvolva o seu negócio e se realize profissionalmente.
É preciso conseguir que esta geração permaneça em Portugal, não emigre, que os talentos e conhecimentos desta não vão enriquecer países terceiros.
Portugal é o mundo e o mundo é Portugal, estas gerações, incluindo a nova geração Alpha, vão ser cidadãos do mundo, sem fronteiras, sem poiso certo, estarão onde as melhores condições estiverem e o nosso País, infelizmente, não vai estar nessa rota.
O que o País tem hoje a oferecer é uma mão cheia de nada.
Temos um governo com pendor fortemente ideológico e ânsia de poder, promove o assistencialismo, apoia a vulnerabilidade, cria dependências, promove sem qualquer pejo o empobrecimento( quase metade da população portuguesa tem dependência do Estado), a classe média, motor do crescimento económico, não existe, está encostada à pobreza.
O Estado (Governo) foi quem mais enriqueceu com esta crise mundial e inflacionária, faz o brilharete das contas certas, dos cofres “cheios” à conta de uma carga fiscal de impostos asfixiante, das folgas orçamentais (incompreensíveis quando o País é deficitário), vai distribuindo migalhas conjunturais que pouco ou nada resolvem a situação, mas, como dizia um antigo homem da rádio relatador de futebol, “é disto que o meu povo gosta”.
Somos uma sociedade resignada, sem esperança, mas sobretudo sem um pingo de vergonha na cara.
Fomos, somos e infelizmente pelo caminho que estamos a trilhar, vamos continuar a ser um País subsidiodependente e um povo sanguessuga.
Votos de boa Páscoa.
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