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Estamos a caminho do cinquentenário dos dias 25.
Primeiro, do 25 de Abril de 1974, dia em que a ditadura foi deposta pela acção dos militares dando liberdade aos portugueses.
Porém nos dias e meses que se seguiram, não foi bem assim. A liberdade que muitos pensavam estar consolidada, não estava. O Partido Comunista Português queria a todo o custo impor em Portugal uma linha de rumo não democrática.
Surgiu então o 25 Novembro de 1975, dia em que os militares, sob o comando do general Ramalho Eanes, puseram estoicamente cobro à tentativa de instauração de uma ditadura comunista pro-soviética, restituindo ao povo aquilo com que tanto se regozijou, no dia da sua emancipação, a real, verdadeira liberdade, tal e qual hoje a conhecemos.
As novas gerações, não estão minimamente ligadas ao 25 de Abril. Para elas, este dia, está como o dia 5 de outubro ou o 1º de Dezembro pra as gerações anteriores, ou seja, num passado longínquo que merece conhecimento histórico.
O 25 de Abril é actualmente comemorado com esta pompa, circunstância palaciana, ao nível das festanças do Reino Português, na Assembleia da República, principalmente e respeitosamente pelas personalidades de idade avançada, isto é, prática e exclusivamente pelos intervenientes políticos do momento, por aqueles que ideologicamente sempre se aproveitaram da data como se fossem donos dela, como sua bandeira, de forma a sobreviverem politicamente, os fanáticos ideológicos e, também, os aproveitadores políticos.
Todo e qualquer português está agradecido aqueles que protagonizaram Abril e Novembro, sem os quais tardaria a alforria. Bem como aqueles que restauraram a Independência de Portugal, a 1 de Dezembro de 1640.
O tempo determina os factos históricos. São factos históricos, nada mais do que isso.
Este ano, devido à situação em que o Mundo, e em especial Portugal se encontram, devido à pandemia de Covid-19, era de elementar bom senso atender a determinadas datas e eventos, com prudência.
A comemoração do 25 de Abril, no Parlamento, é antítese da coerência e do bom senso.
Não pelo facto sanitário, pois sempre fui favorável, a um não lockdown total, desde que se cumprissem as normas básicas de segurança sanitária, mas principalmente pelos legisladores e executores do País tentarem imcumprir uma norma da DGS e desobedecerem a uma Lei, ao invés do que legislaram para toda a população portuguesa.
A democracia portuguesa está madura e, mais uma vez, nesta pandemia, a população e muitos dos convidados insurgiram-se contra esse atentado ao Estado de Direito, fazendo com que a AR, Presidente da Assembleia da República e o Governo recuassem e dessem o dito por não dito, reduzindo o número de pessoas, nessas comemorações, quase à insignificância.
Era tão simples. Bastava o Presidente discursar por videoconferência, aos deputados, como forma simbólica de comemoração.
Um bom exemplo foi dado pela Rainha do Reino Unido.
Era inadmissível que os portugueses estivessem inibidos nos seus direitos, liberdades e garantias, e os pilares do Estado, legislativo, executivo, com o beneplácito do judicial, não cumprissem esses pressupostos.
É bom recordar Abril.
Mas não haveria, hoje, Abril sem Novembro.
Estejamos atentos.
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