Estamos velhos

 

 

Neste lugar de Vila Nova de Famalicão, um lugar e um concelho com um nome mítico e ancestral, vivem, de acordo com os dados recolhidos pelos “Censos de 2021”, 133.574 pessoas, mulheres, homens, crianças, jovens e velhos que constituem a sua maior riqueza, pelo contributo individual e coletivo que dão ao nosso desenvolvimento comum e à concretização dos nossos sonhos.

Como os meus leitores sabem, “o recenseamento geral da população portuguesa” tem lugar de 10 em 10 anos e permite-nos ver quantos somos, como somos, qual é o nível da nossa escolaridade, como vivemos, que casas temos e chegar até a um conjunto de dados alargados que mostram a essência da nossa “materialidade”.

Os últimos “censos” realizaram-se em 2021 e os penúltimos em 2011. Relativamente aos “censos” de 2011, Vila Nova de Famalicão perdeu alguns habitantes, mais precisamente, 252, seguindo a tendência generalizada no País e nos outros concelhos, onde a perda de população é o dado mais saliente.

Também à semelhança do se passa no resto do País e nos outros concelhos, verifica-se em Vila Nova de Famalicão um contínuo envelhecimento da população, o que não pode deixar de constituir uma preocupação acrescida. Bastará verificar que o único grupo da população que cresceu, entre 2011 e 2021, foi o de “maiores de 65 anos”. Em todos os outros grupos populacionais há um decréscimo, nuns mais acentuado, noutros menos acentuado. O grupo das pessoas idosas passou a ser o segundo com mais população, logo a seguir ao grupo situado entre os 25 e os 64 anos. Para compreendermos melhor o dramatismo desta situação, é importante referir que, em 2011, o grupo com mais “representantes” era o grupo das crianças…

Entre a nossa população total (133.574 pessoas), 26.283 têm sessenta e cinco ou mais anos, quando, em 2011, esse número “atingia apenas” 18.444 pessoas. No sentido oposto, verifica-se a existência de menos crianças e de menos jovens. Quer isto dizer que não estamos a conseguir renovar a nossa população, sendo também este um dos maiores desafios do nosso destino comum.

Este dramatismo vai acentuar-se no futuro.

Autarquias com obrigação de oferecerem um envelhecimento ativo

As autarquias locais (câmaras municipais e juntas de freguesia) vão debater-se, num futuro próximo, com este duplo problema: primeiro vão ter que dar resposta à imensa legião de pessoas mais velhas que vão passar a povoar os seus territórios; segundo, vão ter que reinventar políticas que deem um “segundo fôlego” à “crispação” que se vive em termos de natalidade, de forma a conseguirem a renovação da população e isso só se consegue com “políticas de natalidade” consequentes e duradouras.

Todas as autarquias, sem exceção, têm que oferecer a todos os seniores espaços imensos de criação, de arte, de memória, de sentimentos, de música, de dança e de diversão que encham a vida das pessoas mais velhas e que deem a todos mais esperança e mais futuro. Os seniores têm que ser também os protagonistas principais e únicos de uma nova forma de estar na vida, tornando-a mais alegre, mais sadia e mais atrativa.

Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidas da América, dizia que “os velhos têm o privilégio da tranquilidade. Podem fugir à vozearia da multidão e dedicar-se à conversa com os netos.” As sociedades modernas, mantendo a serenidade e a paz a que Thomas Jefferson se refere, têm que ir mais além em tudo o que pode ser considerado um enriquecimento da vida das pessoas mais idosas.

Se não, estaremos a criar “ghettos” de pessoas velhas em territórios novos e cada vez mais floridos.

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Obs: texto previamente publicado na página facebook de Mário Martins, tendo sofrido ligeiras adequações na presente edição.

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