1.
O amor é mais, muito mais, que o que vemos, sentimos e temos. Mais que o pensamos ser, desejamos e imaginamos. Tudo isso, e disso, certamente, ele é. Mas é mais, muito mais, tem que ser mais. Somos é pequenos para abarcarmos e sabermos da grandeza sua dele.
2.
Toda a gente diz do amor que o ama e quer, daquele só seu do desejo iluminado que procura. Toda a gente o diz ter para dar sem fim e receber, e quem o não, nem por isso deixa de o perseguir, a todo o custo e a correr, para o encontrar e ter nos escaninhos do seu coração agasalhado.
3.
Mas o que é o amor, que a todo o mundo inseguro afecta, em desassossego, porque o tem, mas mais dele quer, que é sempre pouco o que se tem? Ou, quando o não, porque sente a dor da sua ausência, num vazio duro, onde se alimenta e bebe amargo o peso da sua tristeza.
4.
Parece ser feliz pela madrugada quem de amor só a si mesmo se canta, sabendo do sol, sem saber da sombra, que o acompanha sempre, e onde o amor, às vezes, guarda enigmas e medos, se pode esconder, diluir e até perder.
5.
Ao cobrir o bosque, não bate o sol no fascínio só da árvore que o abraça nua, de amor se acende e só a si se canta. O amor do canto ressoa em toda a floresta e vibra, celebrando em festa sedutora a vida?
6.
Às vezes cantamos de amor só por nós no cimo das árvores. Mas o amor tem que ser mais, muito mais, do que aquilo que pensamos que sabemos. O amor é o sossego tranquilo das alturas, onde cantamos sem cairmos.
7.
O amor é mais, muito mais, que o que vemos, sentimos e temos. Mais que o pensamos ser, desejamos e imaginamos. Tudo isso, e disso, certamente ele é. Mas é mais, muito mais, tem que ser mais. Somos é pequenos para abarcarmos e sabermos da grandeza sua dele.
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Obs: texto previamente publicado na página facebook do autor António Mota, tendo sofrido ligeiras adequações editoriais.