Posts From António Mota
Só por amor o sabereis também
1. Há momentos, eu sei, que não se inscrevem na fluída corrente do tempo em que acontecem, nem mesmo na teia da memória sua que se tece, mas
A mente humana e uma breve teoria geral do unanimismo
1. A mente humana não descansa nunca, nem de noite, nem de dia, o que não faz de nós grandemente inteligentes. É muito senhora de si, a nossa
Em verdade vos digo
1. Em verdade vos digo Que guardeis a esperança E a semeeis 2. Sei que sentis a angústia Da beleza das flores ameaçada Do aroma da terra lavrada
O grande embuste da novíssima modernidade
1. Tudo o que lhes convém é apontado como sendo a última moda, a última descoberta, a suma ciência, a suma técnica, o suprassumo da democracia, da comunicação,
Cumprir-se na verdade de ser homem
1. Deve o homem a si mesmo o fogo de lavrar, de plantar e semear, impelido pelo espírito das montanhas e dos campos e das águas, e a
Carta a Jorge de Sena
1. Em tudo foste superior, e nunca, mas nunca Se te acabaram as palavras. Em nenhuma das tuas facetas deixaste o sabor amargo de te teres esgotado, não
O tratamento ‘como se tivéssemos andado os dois na escola’
1. Não sei se isto tem cabimento ou não, mas estava habituado, não tanto ao tratamento inerente ao título académico consuetudinário, que não tem, por regra, assim tanta
Abre-lhe a porta, meu amor
1. Dão os sinos no silêncio as badaladas. Meu amor, é madrugada, estão os melros a acordar. 2. Já chegou o melro branco, meu amor, irrequieto, que
Quando as comemorações são uma farsa
1. Quando as comemorações se comemoram a si próprias, e aos seus actores, e quase só, mais do que aos que se comemoram, e ao que comemoram, algo
Eis a terra que vos dou… ou antes pelo contrário
1. Eis a terra que vos dou. Crescei e multiplicai-vos. E os homens cresceram e multiplicaram-se. Não entendiam bem os homens aquele feitiço da mulher que trazia, não
Ucrânia, o mais recente tabuleiro de xadrez do imperialismo ocidental
Observe-se o mapa: a Ucrânia é apenas o tabuleiro do xadrez do imperialismo ocidental contra o imperialismo russo (quer se goste, quer não). 1. O pior cego é
O amor é mais, muito mais, que o que vemos, sentimos e temos
1. O amor é mais, muito mais, que o que vemos, sentimos e temos. Mais que o pensamos ser, desejamos e imaginamos. Tudo isso, e disso, certamente, ele
Quem é que passou por aqui, quem foi?
1. Quem é que passou por aqui, quem foi? O que é que se passou? Diz-me, Corvo, tu que sabes, como é que isto foi? Tinha corpo, ou
É sempre o leitor que escreve os versos invisíveis do sentido
1. A verdade pode ser dita, porque quem sabe, já sabe; e quem não, não acredita. 2. As palavras, num poema, nem precisam ter sentido. Basta que tenham
De sermos mortais e breves
1. Consistente, incapaz de se enganar, omnisciente e omnipotente, o espírito da matemática conduziu o rebanho dos sons à casa onde ele próprio fora concebido, depurado e refinado,
Quando amanhã vires
1. Quando amanhã vires por mero acaso este granito se ele existir fica a saber que o gravei a correr com a alma a doer na palma
A democracia de, por e para, e a literatura
1. A literatura é como a democracia. Tal como a democracia deve ser do povo, pelo povo e para o povo, também a literatura deve falar de