Eventual dissolução da AR: tacticismo ou realismo?

Eventual dissolução da AR: tacticismo ou realismo?

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Deveria o Presidente da República deixar o Governo ficar até ao final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP, sem proceder a uma eventual dissolução da Assembleia da República AR e respectiva convocação de eleições, ou poupar os portugueses à deterioração do País?

Portugal neste momento encontra-se numa crise político-constitucional de elevado grau de instabilidade. Desde logo e em grande destaque o não funcionamento regular das instituições.

O governo do Partido Socialista, de maioria absoluta, saído das últimas legislativas, está ferido de morte. Como no passado, uma maioria absoluta do PS nunca equivaleu a estabilidade governativa do País.

Porém, mais do que nunca até aqui se viram tantas trapalhadas – “casos e casinhos” -, umas mais graves, outras de menor gravidade cono com este governo.

A percepção que o País tem é  que num ano e poucos meses de governação do actual governo de António Costa, foi desbaratada a credibilidade de toda maioria absoluta. O Portugal real já não acredita neste PS.

Desde a Função Pública – na Saúde, na Educação, na Justiça, na Segurança Social – ao sector dos Transportes, o inconformismo é uma realidade.

O contrato social com os pensionistas e reformados foi quebrado.

Os jovens não são acarinhados, fogem de Portugal em busca das oportunidades que este governo PS não consegue oferecer.

O tecido empresarial vai fazendo o que pode, (em especial no turismo, aquele sector a quem o governo quer tirar alojamentos), mesmo sem poder contar com o PRR – este último por sua vez ferido e arrasado pelo parecer da CAC que o ministro das Finanças escondeu na gaveta durante uns meses – sendo que os resultados económicos positivos conhecidos se devem exclusivamente a estes agentes (turismo e exportações) e não à governação socialista.

A degradação no governo é visível, a luta fratricida no interior do PS em relação à sucessão de António Costa está instalada no executivo e com isto socialistas de renome, inclusive o seu presidente, exigem uma remodelação (há quem lhe chame refrescamento) geral do governo.

Os casos têm sido por demais evidentes, desde escolhas erradas de secretários de Estado com questões judiciais pendentes, a demissões de ministros. Esta tem sido uma realidade constante do dia a dia do governo de Costa.

A mentira, inverdade, o não falar verdade, como se quiser interpretar, consoante o politicamente correcto, tem sido o meio mainstream do governo, para empurrar os problemas com a barriga.

Os ministros, quando se sentem acossados, mentem despudoradamente aos Portugueses. É o Medina que faz a encenação com Pedro Nuno Santos (que mentiu ao dizer que não sabia de nada acerca da indemnização à administradora da TAP), mas que mente também ao esconder um relatório da CAC sobre o PRR. São as ministras Mariana Vieira da Silva e Ana Catarina Mendes a mentirem relativamente a um parecer jurídico acerca do despedimento da CEO da TAP que afinal não existia e só foi solicitado após o despedimento.

E a ministra Ana Mendes Godinho a dizer que não podia aumentar as pensões em linha com a inflação pois a sustentabilidade da SS ficaria em risco, cortando dessa forma 1000 milhões de euros aos pensionistas e reformados para, volvidos meia dúzia de meses, repor tudo de novo. Sondagens, a quanto obrigam.

Temos agora o ministro Galamba a mentir com todos os dentes que tem (entre várias não verdades), acerca da reunião da CEO da TAP, com o grupo parlamentar do PS e membros do governo, para preparação de perguntas e respostas, a dar à CPI anterior a esta última.

Bem como deixar ficar no ar quem deu a ideia de chamar o Serviço de Informações e Segurança (SIS) – situação institucionalmente muito grave – nesta galambice do Ministério das Infra Estruturas, levando de arrasto a ministra da Justiça, secretários de Estado e quiçá o próprio 1º-ministro, pois por lei só ele pode dar ordem para o SIS intervir – mais alguém poderá estar a esconder a verdade -, daí talvez a encenação da carta de demissão de Galamba e a não aceitação da demissão, por António Costa, ou seja, ” gato escondido, com rabo de fora”…

Tudo isto mancha de forma irremediável a credibilidade, autoridade, o respeito de António Costa e do governo que simplesmente não governa.

Muito bem o Presidente da República em manter neste momento a estabilidade política, não indo a reboque do pedido de “eleições antecipadas”, solicitadas por António Costa, ao introduzir no panorama político português, esta instabilidade institucional com o PR.

Seria tão mais fácil para o PS a dissolução do Parlamento e com isso a dissolução da Comissão  Parlamentar de Inquérito à TAP, porém – e bem – esse calvário vai continuar.

Pessoalmente, penso que haveria já neste momento motivos para a dissolução do Parlamento, contudo para o cabal esclarecimento e conhecimento da verdade há que esperar pelo fim da CPI à TAP.

Creio qua após essa situação e com a previsível deterioração da acção governativa deve o Presidente da Republica respeitar todos os cidadãos por igual, sejam eles votantes do PCP, do BE ou do Chega – todo o voto é  unipessoal e com a mesma responsabilidade – e chamar os Portugueses a expressarem-se nas urnas.

Em democracia existem sempre alternativas e bem preparadas para assumir as suas responsabilidades. O principal partido da oposição está pronto para governar.

Portugal precisa de um novo governo, uma forma diferente de fazer política.

Uma política que sirva os cidadãos e não quem assume responsabilidades governativas e se consideram os DDT do País,  muito ao estilo Soares e Sócrates.

Finalizando com uma pequena interpretação

Quem viu e sentiu o governo e a governação do Eng. José Socrates, nunca lhe passaria pela cabeça que houvesse possibilidade em Portugal de haver um governo ainda pior. Pois desenganem-se, em Portugal tudo é possível.

Temos, hoje, em Portugal, o pior governo desde que o País conhece a democracia e o pior 1º-ministro que alguma vez esteve à frente de um executivo. Um governo e um 1º-ministro que mentem diariamente aos Portugueses.

Neste País à beira-mar plantado tudo é possível. Por isso não descolamos da cauda da Europa.

Esperemos por melhores dias.

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Categorias: Crónica, Política

Acerca do Autor

António Manuel Reis

António Manuel Reis, nasceu em Barcelos a 07-10-1963. Concluiu em 1985, o curso na área de tinturaria têxtil UM/Mazagão. Formação em colorimetria, recursos humanos, automatização, sistemas de qualidade ISSO, planeamento, processos, produção. Industrial Têxtil de 1996 a 2009. Dirigente desportivo 1998 a 2004.Gestor empresarial de 2010 a 2013. Concluiu curso de formação de formadores em 2014. Trabalhador independente Real Estate Consultan 2018. Em curso, Licenciatura Ciências Sociais e Ciência Politica. Militante da JSD desde 1978/ Militante PSD desde 1981, delegado e Observador a Congressos, Delegado CPD, TSD, Membro da CPS, candidato a Presidente de Junta da UF Barcelos, deputado a UF. Candidato á Presidência da CPS. Membro independente da UF Barcelos. Partido Aliança em 2018.

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