Sou do país das pataniscas, das iscas e dos caracóis. Sou do país que ainda se entretém a comer tremoços.
Adoro arroz e batatas, penca, couve-galega, grelos, tomates do coração e peixinhos da horta. Adoro este país dos cozidos, caldeiradas e refugados, dos peixinhos na brasa, dos vinhos frescos e respingados.
Sou do país da broa, das alheiras e do maravilhoso pão de Mafra, de Rio Maior e das terras alentejanas. Sou do país dos queijos da Serra, de Castelo Branco, de Niza, de Azeitão e de tantas terras e lugares.
Sou do país de maravilhas…
Sim, sou do país dos caldos e das sopas, das migas e açordas, sou desse país de maravilhas feitas com alho, sal, azeite e cebola, salsa, orégãos, que sei eu.
Estes são também lugares do paraíso, passagens do tempo, conversas, sentido nas conversas, delírios e grandes sestas, sonos, digestões.
A outra face do meu país das pataniscas
Depois há o país das comidas enfrascadas, o país da pressa e das ementas caras, o país da ladroagem cada vez mais sistémica, financeira, fiscal, bancária.
Ainda não cheguei ao ponto de comer pataniscas para esquecer, como se fosse um ópio, mas qualquer dia vai ter que ser.
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Imagens: 0) Marcelo Marques 1) Receitas e menus