A associação ambientalista ZERO – Sistema Terrestre Sustentável alerta para a pobreza energética em Portugal e o facto de as temperaturas muito baixas previstas para os próximos dias conduzirem, muito provavelmente, a picos de poluição do ar. Este grau de poluição é particularmente grave pelas enormes emissões provenientes do uso de lenha em muitas habitações em zonas urbanas e rurais, devido ao vento fraco e à inversão térmica que acabam por limitar a dispersão dos poluentes.
Assim sendo, a ZERO considera que é fundamental ‘avançar com a estratégia para a reabilitação de edifícios públicos e privados, medida estruturante e de longo prazo que é necessário implementar e cujo avanço deve ter lugar em breve’. Da mesma forma, ‘a estratégia nacional de combate à pobreza energética que ainda não foi aprovada é um elemento essencial para lidar com a incapacidade de muitas famílias para conseguirem garantir conforto térmico nas suas casas’.
Partículas da queima de lenhas atingem pulmões em profundidade
Os efeitos das partículas inaláveis na saúde humana manifestam-se sobretudo ao nível do aparelho respiratório, dependendo da sua composição química, avisa a associação ZERO. As partículas em suspensão de maiores dimensões são normalmente filtradas, podendo estar relacionadas com irritações ao nível do nariz e das vias respiratórias superiores, e hipersecreção das mucosas. Já as partículas mais finas são normalmente mais nocivas, dado que atingem os pulmões em profundidade e passam para a corrente sanguínea, causando e/ou agravando doenças respiratórias e cardiovasculares, e até cancro do pulmão.
Queima de lenha deve ocorrer em situações especiais
Para evitar a poluição do ar em espaços fechados, a queima de lenha em lareiras deve ser feito recorrendo a recuperadores de calor tão eficientes quanto possível e com sistemas de redução das emissões de partículas ou através de equipamentos a pellets, evitando o uso de braseiras que podem provocar intoxicações por monóxido de carbono que, por sua vez, podem conduzir à morte.
Sem Estratégia Nacional de Combate à Pobreza Energética, ZERO apela às autarquias para apoiarem das famílias em pobreza energética
Com um parque edificado obsoleto, Portugal é, com frequência, apresentado como um dos países com níveis ‘muito altos’ de pobreza energética, apenas atrás da Eslováquia, Hungria e Bulgária, cujos níveis de pobreza energética são extremos, lembra a Associação.
A pobreza energética começou com uma definição muito simples, como: uma condição em que as famílias não conseguem aquecer as suas casas adequadamente. A definição mais consensual e ampla é a da incapacidade de obter um nível social e materialmente necessário de serviços energéticos domésticos.
Mais de 2 em cada 3 habitações possui baixa eficiência energética
De acordo com a ADENE, que tem por finalidade promover e realizar atividades de interesse público na área da energia e seus interfaces com outras políticas setoriais, cerca de 70% das habitações avaliadas em Portugal possuem uma fraca classificação energética, conforme o Sistema de Certificação Energética de Edifícios, situada nos escalões entre C e F.
O cenário nacional revela incapacidade de manter as casas quentes no inverno e frescas no verão, o que está relacionado com o peso elevado das faturas de energia no orçamento doméstico e com a utilização de equipamentos de climatização de baixa eficiência, como lareiras, aquecedores elétricos ou ventoinhas, estando, assim, mais sujeitas à poluição do ar.
Frio na origem de 25% das mortes durante o Inverno em Portugal
Em Portugal, o ar frio presente nas habitações estará na origem de quase 25 % das mortes no Inverno, sendo os idosos os mais afetados. Lembra, por isso, a associação ambientalista dirigida por Francisco Ferreira que, nos próximos dias, é fundamental um acompanhamento, principalmente pelas autarquias e serviços mais próximos, das famílias com maiores dificuldades para assegurarem um conforto minimamente adequado.
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Imagem: A. Caetano
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