Interminável fascínio

Interminável fascínio

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O interminável fascínio que me prende

É uma fogueira ao longe, da qual

Me aproximo. Já houve aqui geada,

Árvores derrubadas pelo vento, algum

 

Desânimo, tormentas e desordens,

Avalanches, gritaria de medo e dilapidação.

Mas saber que existias e esperavas

Fez-me acreditar que a treva se dissiparia

 

E as linhas de dor do meu destino

Se iriam transfigurar, mais dia, menos dia.

Talvez o amor não seja mais que uma mão vazia,

 

Um eco a que nenhum eco dá resposta.

Mas sentir ainda assim a tua falta

É talvez uma porta entreaberta.

 

in Luz Possível, pag.37, Volta d’ Mar, 2021

Imagem: Amadeu Baptista

“Sonetos do abandono”, assim chamados

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Categorias: Cultura, Literatura, Poesia

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