Margarida Malvar, a primeira advogada famalicense, vai ser homenageada, pela Casa da Memória Viva (CMV), na tarde do próximo dia 1 de dezembro, no grande auditório da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão. Embora seja de entrada livre, dado o seu conteúdo eminentemente cultural mas também simbólico, o evento está sujeito ao levantamento prévio de bilhetes que pode ser realizado em alguns estabelecimentos comerciais da cidade.
A Casa da Memória Viva (CMV), a quem cabe a organização da homenagem à primeira mulher famalicense a licenciar-se em Direito e a exercer advocacia no concelho, acaba de divulgar o programa, dele constando um concerto do Coral de Letras da Universidade do Porto e a declamação de poemas de Cristina Pizarro e Salvador Coutinho, igualmente advogado
Esta apresentação famalicense em que a ilustre advogada será homenageada tem início pelas 17 horas do “Dia da Restauração da Independência”. O Coral de Letras da UPorto será dirigido por Pedro Guedes Marques, tendo José Luís Borges Coelho como maestro titular, cabendo ao Professor Fausto Neves o acompanhamento ao piano.
Do repertório constam nove “Canções Heróicas”, de Fernando Lopes-Graça, numa escolha musical que pretende realçar a “preenchida vida cívica e política de uma cidadã desde muito jovem comprometida com as causas da Liberdade, da Democracia e da dignificação da Mulher”, sublinha Carlos de Sousa, presidente da CMV.
Margarida Malvar, memória viva de uma vida de combate
Maria Margarida Braga Malvar nasceu em Gavião, há 78 anos, e sempre viveu em Famalicão. Foi a primeira mulher famalicense a licenciar-se em Direito e a exercer advocacia no concelho. Entre 1990 e 1992, presidiu à delegação concelhia da Ordem dos Advogados, instituição que recentemente lhe atribuiu a sua “Medalha de Honra”. No triénio 2001/2003, integrou, por eleição dos seus pares, o primeiro Conselho de Deontologia do Porto da Ordem.
Desde antes do 25 de Abril, Margarida Malvar mantém uma grande atividade cívica e política, tendo sido uma das poucas mulheres candidatas pelas forças da Oposição Democrática nas eleições de 1969 para a então Assembleia Nacional, durante os 48 anos de ditadura do Estado Novo. Aconteceu em 1969, quando Margarida Malvar, então com 25 anos, integrou a candidatura da CDE por Braga.
Depois do 25 de Abril, a advogada teve um papel importante na defesa e consagração institucional dos direitos das mulheres trabalhadoras e foi autarca em Vila Nova de Famalicão.
Em 1982, substituiu na Câmara Municipal de Famalicão o autarca António Pinheiro Braga – que havia presidido à Comissão Administrativa legitimada pelos militares de Abril – e, pouco depois, renovou o lugar na vereação, ao ser eleita pela APU – Aliança Povo Unido, no mandato 1982/1985. Posteriormente, foi ainda deputada municipal.
Em 2004, pelas mãos do presidente da Câmara de então, Armindo Costa, foi agraciada com a “Medalha de Honra do Município”. Em 2014, foi homenageada na Assembleia da República, a par de todos os advogados dos presos políticos na ditadura do Estado Novo, numa iniciativa do “Movimento Não Apaguem a Memória”.
Levantamento de bilhetes para ingresso na homenagem a Margarida Malvar
Os bilhetes para acesso à homenagem que a Casa da Memória Viva, de Famalicão, irá prestar a Margarida Malvar estão disponíveis para levantamento até ao próximo dia 30, nos seguintes estabelecimentos comerciais:
OPS Seguros, R. Ernesto Carvalho, 150 (dias úteis até às 17 horas);
Pipe’s Bazar, Av. 25 de Abril, 124;
Fontenova Livraria, Al. Luís de Camões, 142; e
Casa Freitas, R. de Santo António, 59.
No dia do evento, serão disponibilizados os ingressos sobrantes na Casa das Artes, entre as 14h00 e as 16h30 horas.
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Imagens: CMV
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