No Monte de Santa Catarina, em Calendário, Famalicão, foi efetuado o derrube de uma quantidade não especificada mas significativa de sobreiros (Quercus suber), no final deste mês de outubro. A associação ambientalista Famalicão em Transição, que assinala ter o referido abate ter possivelmente ocorrido ao arrepio da legislação em vigor, denuncia o triste acontecimento e assinala que ‘o concelho sofreu uma perda irreparável do seu património ambiental, paisagístico e cultural’.
Famalicão em Transição procura recuperação ambiental e paisagística
Desde já, atendendo à gravidade dos factos ocorridos no Monte de Santa Catarina, com o derrube destes sobreiros, numa encosta virada a Outiz, a Famalicão em Transição, que há alguns anos pugna por tornar o concelho uma comunidade mais sustentável e resiliente, assim como mais centrada na natureza e nas pessoas, vai colocar um conjunto de questões à autarquia de Famalicão para melhor se perceber o enquadramento dos factos.
A associação Famalicão em Transição pretende também conhecer quais as medidas de compensação ambiental que a autarquia famalicense poderá vir a desenvolver, mais a mais considerando que o Sobreiro, árvore mãe da cortiça, é uma árvore de enorme interesse económico, mas também ambiental e paisagístico que ainda há poucos anos foi considerada, por unanimidade, Árvore de Portugal pela Assembleia da República.
Independentemente da eventual argumentação ou posições que o Município de Famalicão possa apresentar e vir a tomar, tendo em conta os elementos conhecidos sobre o a Famalicão em Transição exige ‘que se suspenda de imediato os trabalhos no local e que logo que seja possível se inicie a recuperação ambiental e paisagística da área’.
O essencial do que se terá passado no Monte de Santa Catarina
Há alguns dias atrás, no final do passado mês de outubro, ‘foi arrasada uma extensa mancha de Sobreiros e alguns Carvalhos Alvarinho, numa área incluída em Reserva Ecológica Nacional [sita no referido Monte de Santa Catarina] e que abrange as ‘cabeceiras das linhas de água’ e ‘áreas com risco de erosão’, conforme é descrito em documentação disponível na página online do Município de Vila Nova de Famalicão, destaca a Famalicão em Transição.
Abate de sobreiros e azinheiras protegido por legislação em vigor
O Decreto-lei nº 169/2001 de 25 de Maio, que estabelece medidas de proteção ao sobreiro e à azinheira, na sua atual redação, obriga a que o corte ou poda de Sobreiros e Azinheiras sejam requeridos e autorizados, previamente, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Área geográfica ‘deveria ser cuidadosamente gerida’
A Famalicão em Transição reforça também que a área do incidente possui ‘uma orografia muito sensível, devido ao grande declive e exposição às massas de ar marítimas carregadas de humidade’, pelo que ‘qualquer intervenção nesta área deveria ser cuidadosamente gerida’.
Solo fragilizado às portas do Inverno
‘Infelizmente, no local verifica-se que o solo foi totalmente revolvido, pontuando crateras em resultado do arranque das raízes de árvores adultas. Deste modo, o solo ficou totalmente desprotegido (às portas do Inverno)’, conclui a associação ambientalista famalicense, indignada com o resultado final deste abate descontrolado destas árvores essenciais ao equilíbrio ecológico regional.
‘O homem que plantava árvores’ semeia a esperança de um mundo novo
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Imagens: Afetra
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