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Nós e os Outros: a ética de ser vegetariano

 

 

A três anos do meu nascimento era publicado um dos livros de referência no que diz respeito ao bem-estar animal: “Libertação Animal”. Levantando questões pertinentes sobre a forma como tratamos os outros animais, em especial os de pecuária, este livro marcou toda uma época de mudanças culturais significativas nesta área. E também eu beneficiei destas visões.

Aquando da minha transição para um novo regime alimentar – baseada na decisão de não mais querer contribuir para o sofrimento de um outro animal – comprei o livro de que todos falavam, com o intuito de aprofundar conhecimentos sobre esta nova realidade para a qual tinha “despertado”. Contudo, isso revelou-se uma tarefa árdua de realizar e devo confessar que, hoje, passados 15 anos, continuo a não conseguir ler, na íntegra, o livro. A objetividade e os relatos factuais revelaram-se demasiado gráficos para mim e, no entanto, mais não são do que a pura realidade.

Falar de direito animal incomoda, apesar de o tema do vegetarianismo ter vindo a ocupar um lugar na nossa sociedade. Falar do valor intrínseco de um outro animal, além de nós mesmos, ainda é algo difícil de aceitar. O novo estatuto jurídico dos animais, o artigo 201.º-B do Código Civil, reconhece que os mesmos são “Seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza”. Tenho para mim que não seria necessário a existência de uma lei a dizer o que facilmente qualquer um de nós confirma perante um breve olhar para o animal que sofre maus-tratos.

No entanto, raras são as vezes em que assistimos a este reconhecimento, de que o outro animal é capaz de sentir dor. Quanto muito, diria que, por conforto, fazemos a distinção entre animais de estimação (esses com direitos adquiridos, e nem sempre, o recente caso de Santo Tirso veio provar isso mesmo) e animais-comida, esses completamente ignorados na sua dor.

Estamos, na verdade, perante um processo que requer uma mudança drástica na relação que mantemos com os outros animais. Mudança de mentalidade, mudança no paradigma que tem mantido um fosso entre nós e os Outros.

Ser vegetariano pelos animais é assumir uma ética para vida, é reconhecer aos Outros a capacidade de sofrimento e simplesmente não querer compactuar com isso. E se por vezes um sentimento de impotência nos assola o coração, fica a certeza de que a luta por um mundo mais ético nunca é em vão.

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