‘Comer e registar’, truque para perder peso com facilidade

‘Comer e registar’, truque para perder peso com facilidade

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Se quer perder peso, uma recente pesquisa da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, mostra que o melhor indicador de sucesso é a monitorização e registo da ingestão de calorias e gorduras ao longo do dia. Por isso, o melhor mesmo, se pretende deixar para trás os quilos é: “write it when you bite it“, isto é, coma e registe.

Mas a automonitorização dietética é amplamente vista como tão desagradável e demorada que muitos candidatos a perdedores de peso não conseguem reunir a força de vontade necessária para o fazer.

Uma nova pesquisa, publicada na edição de março da revista Obesity, sugere que a realidade da automonitorização dietética pode ser muito menos desagradável do que a correspondente perceção.

Após seis meses de monitorização da sua ingestão alimentar, os participantes mais bem sucedidos neste programa comportamental de perda de peso online gastaram uma média de apenas 14,6 minutos por dia na atividade. No programa, os participantes registaram as calorias e gordura de todos os alimentos e bebidas que consumiam, bem como o tamanho das porções e os métodos de preparação.

O estudo, conduzido por investigadores da Universidade de Vermont e da Universidade da Carolina do Sul, é o primeiro a quantificar a quantidade de tempo que a automonitorização da dieta realmente demora para aqueles que perdem peso com sucesso.

“As pessoas odeiam. Acham que é desagradável e inconveniente, mas a questão que colocamos foi saber quanto tempo demora, de facto, a automonitorização”, referiu Jean Harvey, presidente do Departamento de Nutrição e Ciências Alimentares da Universidade de Vermont e principal autor do estudo. “A resposta é: Não muito.”

Harvey e os seus colegas analisaram os hábitos alimentares de automonitorização de 142 participantes numa intervenção online de controle de peso comportamental. Durante 24 semanas, os participantes reuniram-se semanalmente para uma sessão de grupo liderada por um nutricionista devidamente preparado para o efeito.

Durante o processo, os participantes também registaram a sua ingestão diária de alimentos, bem como o tempo dispendido na atividade e com que frequência o fizeram.

Os participantes que perderam 10% do seu peso corporal – os membros mais bem sucedidos da coorte – gastaram uma média de 23,2 minutos por dia em automonitorização no primeiro mês do programa. No sexto mês, o tempo caiu para 14,6 minutos.

Breve mas frequente

O que mais previu o sucesso da perda de peso não foi o tempo gasto com a monitorização – aqueles que levaram mais tempo e incluíram mais detalhes não tiveram melhores resultados -, mas a frequência de logins, confirmando as conclusões de estudos anteriores.

“Aqueles que se automonitorizam três ou mais vezes por dia, e foram consistentes no seu registo dia após dia, foram os mais bem sucedidos”, disse Harvey. “Parece ser o ato de automonitorização em si que faz a diferença, não o tempo gasto ou os detalhes incluídos.”

Harvey atribui a diminuição do tempo necessário para a automonitorização à crescente eficiência dos participantes no registo de dados e à capacidade progressiva do programa da Web em completar palavras e frases automaticamente após a digitação de apenas algumas letras.

A contribuição mais importante do estudo, segundo Harvey, pode estar em ajudar os possíveis perdedores de peso a estabelecer metas comportamentais.

“Sabemos que as pessoas fazem melhor quando têm as expectativas certas”, disse Harvey. “Conseguimos dizer-lhes que deveriam exercitar-se 200 minutos por semana. Mas quando lhes pedimos que registassem todas as suas comidas, nunca poderíamos dizer quanto tempo levaria; agora podemos.”

Com aplicativos de monitorização de dieta online como LoseIt, Calorie King e My Fitness Pal amplamente disponíveis, Harvey espera que os resultados do estudo motivem mais pessoas a adotarem a automonitorização dietética como uma estratégia de perda de peso.

“É altamente eficaz e não é tão difícil quanto as pessoas pensam”, conclui a investigadora.

Obesidade e excesso de peso em Portugal ronda os 60 a 70%

Múltiplos estudos têm vindo a apontar a obesidade e o excesso de peso como um elevado fator de risco de doenças crónicas, nomeadamente diabetes tipo 2, hiperlipidemia, tensão alta, doenças cardiovasculares e cancro.

No nosso país, dados publicados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e divulgados pelo A Enfermagem e as Leis relativamente a um estudo com o objetivo de descrever as prevalências de excesso de peso e de obesidade na população portuguesa em 2015, indicam que 38,9% da população adulta (25-74 anos) tinha excesso de peso e 28,7% sofria de obesidade.

De acordo com o mesmo, os adultos portugueses com menor nível de escolaridade tinham maior prevalência de obesidade (39,4%), mas o grupo de indivíduos com ensino superior era o mais afetado pelo excesso de peso (42,8%). O grupo de indivíduos sem atividade profissional remunerada (estudantes, domésticas e reformados) eram os que tinham prevalência mais elevada de excesso de peso e a prevalência de obesidade era maior para os indivíduos com atividade profissional remunerada, embora não existam diferenças estatisticamente significativas.

No que respeita ao grupo etário, verificou-se que os adultos portugueses com idade compreendida entre os 45 e os 54 anos eram os mais afetados pelo excesso de peso (43,7%) e os indivíduos com idade entre os 65 e os 74 anos eram os mais afetados pela obesidade (41,8%). A prevalência de excesso de peso oscilou entre 35,1% na região Lisboa e Vale do Tejo e 42,1% na região Norte, enquanto a prevalência da obesidade oscilou entre 23,2% na região Algarve e 32,5% na Região Autónoma dos Açores.

Num outro estudo desenvolvido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e divulgado pelo Público e referente a 2015-2016 indica-se que cerca de 60% dos portugueses têm obesidade ou vivem em risco de desenvolverem essa condição.

As conclusões deste estudo, que estimou pela primeira vez a prevalência da obesidade em todos os segmentos etários da população portuguesa, revelam que 22% dos portugueses têm obesidade e 34% pré-obesidade (estado em que um indivíduo já se encontra em risco de desenvolver obesidade).

Analisando os dados por sexo, faixa etária e nível de escolaridade, concluiu-se que a obesidade é significativamente superior nas mulheres, nos mais idosos e nos indivíduos menos escolarizados, o que os torna grupos de risco.

 

Fontes: Universidade de Vermont, A Enfermagem e as Leis e Público

Imagens: (0) Ian Thomas Janssen-Lonquist e (1) A Enfermagem e as Leis

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