Domingos Pereira, o vice-presidente da Câmara Municipal de Barcelos eleito pelo movimento Barcelos Terra de Futuro (BTF), abandona a autarquia depois de o Tribunal da Relação de Guimarães ter confirmado a prévia sentença do crime de corrupção passiva agravado por parte do autarca, revelam notícias publicadas pelo site de notícias Diário de Barcelos e confirmadas pelo jornal Barcelos Popular. José Paulo Matias, também do BTF, deverá substituir Domingos Pereira no executivo municipal barcelense, mas esta informação ainda não é oficial.
Domingos Pereira com perda de mandato
De modo contrário ao anteriormente acontecido, aquando da sentença de condenação em primeira instância, Domingos Pereira irá suspender o mandato de vereador. O político barcelense – ex-deputado do Partido Socialista – está sujeito, pelo Tirbunal da Relação de Guimarães, a uma pena de prisão de dois anos e dois meses, suspensa com o pagamento de uma multa e perda de mandato como vereador da Câmara Municipal de Barcelos.
O anúncio da suspensão aconteceu na madrugada da última quarta-feira, 8 de março, após reunião com os elementos do movimento BTF, revela o Barcelos Popular. De acordo com esta publicação, Domingos Pereira garante ter apoio dos parceiros da coligação Barcelos Mais Futuro, constituída pelos núcleos locais do PSD e CDS liderados por Mário Constantino, com quem formalizou uma aliança para governar a Câmara Municipal, bem como dos membros do seu movimento cívico.
Ex-vice-presidente da Câmara de Barcelos afirma-se inocente e de consciência tranquila
Para a suspensão da pena, Domingos Pereira terá de doar 5 mil euros a uma instituição. Os 10 mil euros em questão neste caso serão também dados como perdidos a favor do Estado.
O ex-vice-presidente irá recorrer “até onde puder”, uma vez que se considera inocente, revela o Diário de Notícias, através da LUSA, uma vez que afirma não ter cometido “crime nenhum” e estar de “consciência completamente tranquila”.
A recontada história do envelope
Em causa está o recebimento pelo de um envelope contendo 10 mil euros que seria destinado a pagar a contrapartida pela admissão de um jovem como funcionário da Câmara de Barcelos, filho de Maria José Figueiredo – também ela condenada a um ano e meio de prisão com pena suspensa -, mas que acabaria por não ser contratado nem o mesmo ou o seu conteúdo sido devolvido à corruptora. Os factos aconteceram ao tempo em que Domingos Pereira fora vice-presidente da autarquia então liderada por Miguel Costa Gomes entretanto penalizado eleitoralmente devido ao envolvimento no processo Teia.