A curva de propagação do novo coronavírus, causador da Covid-19, deixa Portugal em situação crítica em função da sua evolução, mas também dependente da falta de perspetiva futura e decisão dos nossos governantes.
Não houve ainda mortes, o que todos folgamos saber, mas todos sabemos que elas vão acontecer. O pico da pandemia, no nosso país, está ainda longe, devendo ocorrer apenas entre finais de abril e meados de maio.
Apesar disso, depois de um primeiro período de uma certa inação, e até mesmo pouco crédito em relação à desgraça que estava para nos cair em cima, e consenso entre Governo e partidos políticos em torno das dificuldades que se faziam sentir até ao encerramento das escolas, algumas vozes – raríssimas, e entre as quais nos colocamos – exigiam desde há dias a instauração do estado de emergência. Infelizmente, só depois de o Governo se decidir pelo fecho das escolas aconteceu o ‘estado de alerta’, aquele em que estamos agora; e começam a fazer-se ouvir as primeiras vozes contra a forma como a situação tem sido lidada. Ouça-se Francisco Rodrigues dos Santos: “Amanhã lamentaremos tudo o que não tivermos sido capazes de fazer hoje“.
Costa entrou agora em contacto com o seu homólogo Pedro Sanchez e decidiu-se pela limitação parcial de circulação de pessoas, impedindo a entrada de turistas no país, em mais uma ação reativa de mitigação à pandemia.
No seguimento deste contacto, e atendendo à muito difícil situação em que se encontra a Espanha, e toda a Europa, em boa verdade, António Costa remeteu para Marcelo Rebelo de Sousa, com quem teve também uma reunião, a possibilidade de ser decretado em Portugal o ‘estado de emergência’.
Ora, quando ouvimos Costa falar sobre esta possibilidade, pensámos que Marcelo, à noite, resolvesse a situação de imediato. Mas não.
“Temos de manter o País em funcionamento (…) garantindo o nível de atividade que é essencial para a nossa sobrevivência”, citamos Costa. Assim é nos países que vivem em estado de guerra. E estamos em guerra; mas parece que não. A situação, a falar verdade, é provavelmente até bem mais grave, uma vez que ainda não se conhece bem o inimigo.
Afirma António Costa: “É necessário continuarmos a acompanhar a situação, para que os portugueses tenham a certeza de que faremos tudo o necessário, mas não faremos nada em excesso na restrição dos seus direitos e das suas liberdades“.
Se estivéssemos em guerra com outro país e porventura fôssemos invadidos por um qualquer país estrangeiro, o Conselho de Estado só se reuniria daí a 3 dias para decidir se haveria de usar a melhor arma de que Portugal poderia dispor para se defender? Estará mesmo tudo a ser feito? Ou, pelo menos, com a velocidade que se impunha? A ser assim, quando o Conselho de Estado se reunisse, o país estaria já completamente rendido.
Em função do exposto, a possibilidade de Portugal passar a viver em ‘estado de emergência’ será discutida apenas na quarta-feira, 18 de março, talvez já muito tarde. Esperemos que não e que, pelo menos nessa altura, o ‘estado de emergência’ seja decretado de imediato.
Que acontecerá daqui até lá?
8/3/2020 | Coronavírus: Para quando o estado de emergência em Portugal?
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