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Amadeu Baptista lança antologia ‘Danos Patrimoniais’

 

 

Quase em cima do Natal, Amadeu Baptista, um dos mais singulares poetas portugueses, lança Danos Patrimoniais, uma antologia pessoal relativa à obra publicada nos seus 40 anos de carreira, no decurso do período que vai de 1982, ano em que publicou pela primeira vez, e 2022. O lançamento desta obra, que inclui poemas de todos os seus livros, quase todos eles esgotados, e ainda alguns trabalhos publicados noutras esferas, dispersos por jornais, revistas, livros coletivos e antologias várias, será realizado nesse local de cultura do Porto que é o Mira Forum, no próxima dia 16 de dezembro, pelas 15h00.

A apresentação do livro Danos Patrimoniais será efetuada por António Ferro, José Alberto Mar e Margarida Santos e, se pensar em estar presente, saiba ainda que serão ditos pela voz do autor alguns dos poemas selecionados para constar na obra nessa ocasião.

Danos Patrimoniais deixa-nos condenados a querer conhecer o que o poeta tem para nos dizer

Ouça-se a individualidade da voz muito própria do poeta nascido no Porto – em poema de As Passagens Secretas, de 1982, ainda no início da carreira e prenúncio do tanto que ainda estava para vir -, e sintam-se as palavras a tocarem-nos como se de carícias se tratassem e a deixarem-nos condenados a querer conhecer mais e mais do que tem para nos dizer, em especial quando nos apercebemos que se encontram ali formas de possível comunicação entre o leitor e as personagens-pessoas que o rodeiam. O também poeta, investigador e docente Luís Adriano Carlos resume esta linha de pensamento afirmando que Amadeu Batista, na sua poesia, “(…) exprime a dilaceração tumultuosa da consciência face à contradição quotidiana de quem habita níveis existenciais não comunicantes (…)”.

“Corremos pela praia com a nossa nudez porque deixamos
algures os mantimentos escassos
de que a nossa tristeza se mantém.

Corremos pela praia e as mãos deslizam
para um cobertor lavado pelo mar,
o oiro magnífico, a distância

mais curta entre dois pontos. É de noite,

e corremos porque o tacto é uma promessa,
casam-se os búzios, conchas
azuis habitam o olhar, barcos,

homens que bebem a água como se fosse terra,
pequeninas sementes,
dissimulam a sede a que deus nos condena.”

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“A culminar 40 anos de atividade literária, a presente Antologia Pessoal” – a que foi dado o curioso título de Danos Patrimoniais, contrariando os danos pessoais tantas vezes expresso nas vozes de tantos e tantos poetas – “reúne um conjunto de poemas escolhidos entre todos os livros que publiquei até 2022, praticamente todos eles esgotados, bem como alguns dispersos que foram dados à estampa em jornais, revista, livros colectivos e antologias”, destaca o poeta Amadeu Batista.

Cuidar bem esta Antologia Pessoal: sequência cronológica, continuidade afetiva, acertos de pormenor…

“O critério de seleção, processualmente subjectivo, como é timbre de todas as Antologias, obedeceu, segundo a sequência cronológica em que os poemas foram editados, a uma contiguidade afetiva que presumo possa, ainda assim, oferecer uma visão abrangente do que escrevo”, complementa o autor.

No final de cada poema, ou conjunto de poemas, da Antologia Pessoal Danos Patrimoniais, identifica-se a sua proveniência. “Em alguns casos, houve lugar a pequenos acertos de pormenor”, acrescenta ainda Amadeu Baptista, porventura um sinal do preciosismo do autor querendo talvez garantir formas de expressão mais adequadas ou incisivas que terá sentido não terem ficado conforme gostaria aquando do momento da publicação inicial, remetendo-nos desta forma e simultaneamente para o tempo do sempre presente online.

Para lá da palavra, Amadeu Baptista tem duas margens: Porto e Vila Nova de Gaia

Amadeu Baptista nasceu no Porto, a 6 de maio de 1953, residindo atualmente em Vila Nova de Gaia. O primeiro livro do autor, As Passagens Secretas, data de 1982, tendo publicado, entretanto, mais de trinta títulos de poesia, entre os quais destaca: Paixão (Prémio Vítor Matos e Sá, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Prémio Teixeira de Pascoaes), de 2003; Poemas de Caravaggio (Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire e Prémio Literário João Lúcio), de 2008; Os Selos da Lituânia (Prémio Edmun do Bettencourt Cidade do Funchal), de 2008; Açougue (Prémio Espiral Maior, Espanha), de 2008 e Um Pouco Acima da Miséria (Prémio de Poesia Cidade de Ourense, Espanha), de 2014.

Publicou um livro de prosa, Estrela de Bizâncio, em 2010, bem como cinco livros de literatura para a infância e organizou ainda cinco antologias temáticas de poesia. Durante vários anos, manteve um blogue pessoal em que foi divulgando os seus trabalhos e entretanto converteu numa página de facebook.

Para lá da colaboração dispersa em inúmeros jornais, revistas, antologias e livros coletivos de poesia, em diversos países, o poeta Amadeu Baptista tem também alguns dos seus poemas traduzidos para várias línguas. É ainda tradutor e divulgador de poetas escandinavos, espanhóis, gregos e latino-americanos.

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