ensaio - operação valquíria - alemanha nazi - atentado - adolf hitler
Attentat vom 20. Juli 1944 Besichtigung der zerstörten Baracke im Führerhauptquartier "Wolfsschanze" bei Rastenburg, Ostpreußen (v.l.n.r.: X, Bormann, X, Göring, Bruno Loerzer - Generaloberst der Luftwaffe; X)

E se a Operação Valquíria tivesse sido um sucesso?

 

 

Uma das épocas mais privilegiadas pela história contrafactual ou alternativa é a Segunda Guerra Mundial.

Muitas obras têm sido publicadas sobre o mundo como seria em caso de triunfo das potências do Eixo (Alemanha nazi e os seus aliados) ou se os Estados Unidos da América (EUA) não tivessem entrado no conflito que foi o mais destrutivo de toda a história da humanidade.

O presente ensaio aborda um desfecho diferente para a operação Valquíria, a mais importante tentativa para derrubar Adolf Hitler e o seu regime totalitário e, consequentemente, parar com as ondas de destruição, terror e violência que atormentaram s Alemanha, a Europa e o mundo.

A resistência alemã ao nazismo

Na Alemanha, desenvolveram-se movimentos de resistência ao totalitarismo nacional-socialista do Terceiro Reich.

Em Munique, o movimento universitário Rosa Branca, de inspiração cristã, criado em torno do filósofo e docente universitário Kurt Huber denunciou a autocracia nazi e promoveu a consciencialização dos mais jovens para a necessidade de renovação ética e política da Alemanha. No primeiro semestre de 1943, os seus membros, entre os quais o seu mentor e os irmãos Hans e Sophie Scholl, foram detidos e executados.

Os meios cristãos mais conscientes foram polos de resistência ao totalitarismo nazi. Desafortunadamente, durante muito tempo, a atitude mais generalizada nos cristãos alemães em relação ao nazismo oscilou entre a passividade e a resignação.

Entre os protestantes, a Igreja confessante assumiu, desde o início, posição contra a política totalitária e racista do Terceiro Reich. Uma grande parte dos seus membros foi presa e enviada para os campos de concentração, onde muitos morreram, como foi o caso de Dietrich Bonhoeffer, executado em 1945.

Entre os católicos, um número significativo de sacerdotes, como por exemplo Bernhardt Lichtenberg, e de leigos, como o movimento Rosa Branca, anteriormente mencionado, e Claus von Stauffenberg, o principal líder da operação Valquíria, morreram por causa das suas convicções corajosas.

Do lado da hierarquia católica, a atitude predominante foi a abstenção medrosa. Uma das exceções foi o bispo de Munster, Claus Von Gallen, que criticou abertamente a eutanásia de pessoas com deficiência e a perseguição aos judeus.

Dirigida por Léopold Trepper, a rede de espionagem Orquestra Vermelha englobava militares e civis comunistas e simpatizantes estava fortemente ligado aos serviços secretos da União Soviética. Essa rede tinha diversas ramificações e trabalhava sobretudo para os soviéticos. Em 1942, a rede foi destroçada pela ação conjunta da Abwehr (serviços secretos militares) e da Gestapo, tendo a maioria dos seus membros sido executada. Alguns agentes, incluindo o próprio Trepper, aceitaram, para sobreviver, a condição de agentes duplos da Abwehr.

Mais significativas, em termos ideológicos e organizativos, foram a Orquestra Negra e o Circulo de Kreisau.

A Orquestra Negra era um movimento de aristocratas, militares, diplomatas e religiosos, que tinham uma orientação crítica em relação ao nazismo. De entre os seus membros, destacaram-se o general Ludwig Beck, chefe do Estado-Maior da Wehrmacht (Exército regular) de 1935 a 1938, Carl Goerdeler, antigo burgomestre de Leipzig e diplomatas como Ulrich von Hassel, antigo embaixador em Roma.

Outro movimento era o Circulo de Kreisau, liderado por Helmul James von Moltke.

O Circulo de Kreisau era um grupo de dissidentes alemães que pretendiam o derrube do nazismo e a restauração da democracia constitucional. A sua proveniência ideológica era diversificada. Eram conservadores, democratas-cristãos, liberais e social-democratas.

A generalidade dos membros de Orquestra Negra e do Circulo de Kreisau partilhavam convicções religiosas cristãs, dando uma dimensão ética e espiritual à resistência.

A convicção de que o nazismo conduzia a Alemanha e o mundo para um desastre crescente, o agudizamento das dificuldades militares e o conhecimento das atrocidades contra os judeus e outras populações reforçaram as motivações éticas que incentivaram a oposição.

O movimento de 20 de Julho de 1944

O movimento de 20 de julho de 1944 foi uma tentativa fracassada de assassinar Adolf Hitler, o ditador da Alemanha, e posteriormente derrubar o regime nacional-socialista.

Em 1943, o coronel Claus Schenk von Stauffenberg tinha sido transferido para Berlim, sob as ordens do general Friedrich Olbricht

Stauffenberg tinha sido ferido num ataque aéreo em 1943 na campanha norte-africana quando servia no Afrika Korps, o corpo expedicionário liderado pelo marechal Erwin Rommel, conhecido como a “Raposa do Deserto”. Nesse ataque, perdeu dois dedos da mão esquerda, a mão direita e o olho esquerdo, além de graves ferimentos no joelho.

Olbricht era uma das figuras determinante de um movimento de resistência, constituído por pessoas envolvidas em diferentes estratos da sociedade alemã, incluindo forças armadas e serviços de informação.

Os objetivos do movimento era eliminar Hitler, arrancar o controlo político da Alemanha ao Partido Nacional-Socialista (incluindo as SS) e instalar um governo provisório que tentaria fazer a paz com os Aliados, nomeadamente os Aliados ocidentais, e parar a guerra.

Os conspiradores aceitaram o papel de Stauffenberg porque era um herói de guerra e porque entenderam que a sua deficiência é o álibi perfeito e que não levantará suspeitas.

Stauffenberg tentou mais que uma vez cumprir a sua missão, mas nunca consegue encontrar aqueles que devem morrer juntos.

Finalmente, em 20 de julho de 1944, surgiu a oportunidade perfeita. O alto comando das Forças Armadas alemãs reuniu-se no quartel-general de Hitler, situado certo de Rastenburg, na Prússia oriental. Um local com elevado grau de secretismo, conhecido como a Toca do Lobo.

Stauffenberg, na qualidade de chefe de Estado-Maior do Exército de Reserva, foi um dos participantes da reunião.

Levava consigo uma pasta com dois explosivos acionados com detonadores químicos absolutamente silenciosos.

Já na Toca do Lobo, Stauffenberg teve conhecimento de que a reunião foi antecipada por causa da visita de Benito Mussolini, líder da Itália fascista.

Esperava-se que Stauffenberg armasse cuidadosamente as cargas, apesar de usar apenas um olho e uma mão.

Devido à sua debilidade física, Stauffenberg só conseguiu armar uma das duas cargas. É ai que se dá o grande momento de viragem em relação à história real.

Na história real, Stauffenberg decidiu ir para a reunião só com a carga explosiva ativada, quantidade mais do que suficiente para matar Hitler em circunstâncias normais.

Mas as circunstâncias não eram normais. Stauffenberg entrou na reunião e colocou a pasta no local em que o efeito da explosão fosse maior.

Discretamente, Stauffenberg pediu para sair da reunião para fazer um telefonema urgente.

A pasta foi então depois de Stauffenberg ter saído da sala, deixando a explosão reduzida para causar apenas quatro mortes, nenhuma das quais foi o próprio Hitler, o que levou ao fracasso do movimento de 20 de julho.

Mas e se isso mudasse? E se, numa linha do tempo alternativa, a Operação Valquíria fosse bem-sucedida?

Numa linha temporal alternativa, Stauffenberg deixou a segunda carga explosiva na pasta, apesar de esta não ter devidamente ativada. Como militar bastante experiente, Stauffenberg tinha noção de que o rebentamento da primeira carga iria explodir também a segunda, com um efeito fortemente letal para todos os membros da reunião.

Foi o que aconteceu. A forte explosão matou todos os membros da reunião, incluindo o Führer, Adolf Hitler.

Entretanto, Stauffenberg e Haeften saíram da Toca do Lobo e foram para caminho de Berlim por via aérea.

Erisch Fellgiebel, chefe das comunicações da Wehrmacht na Toca do Lobo, comunicou ao estado-maior do Wehrmacht e à Abwehr (serviços secretos militares) o sucedido.

Doravante, foi desencadeada a operação Valquíria em larga escala, abrangendo a totalidade da Alemanha e dos países ocupados.

A Wehrmacht tomou o controlo de pontos estratégicos em Berlim e em todo o resto do território ocupado pelos alemães. Estes pontos estratégicos teriam incluído instalações militares, estações ferroviárias, portos, aeródromos, estações de rádio e centrais telefónicas e o vasto sistema concentracionário.

O quartel-general das SS na Prússia Oriental foi conquistado, bem como as demais estruturas das SS, que foram acusadas do morticínio da Toca do Lobo.

Um governo provisório estava agora no controlo da Alemanha. Os principais dirigentes do Partido Nacional-Socialista foram retratados como os verdadeiros atores por trás do assassinato de Hitler, que deveriam ser responsabilizados exemplarmente.

Três deles foram detidos e executados, após julgamentos sumários. Foram eles: Heinrich Himmler, líder das SS, chefe da Gestapo e ministro do Interior: Herman Goering, sucessor designado de Hitler e comandante-chefe da Luftwaffe, Joseph Goebells, ministro da Propaganda.

De acordo com o plano, o general Ludwig Beck assumiu a chefia do Estado. O conservador Carl Friedrich Gordoler assumiu o cargo de chanceler, enquanto o social-democrata Wilhelm Luchner tornou-se o vice-chanceler.

O governo era constituído essencialmente por uma mistura de conservadores, liberais, social-democratas e militares sem identidade ideológica definida.

Houve focos de resistência ao golpe, sobretudo por parte de estruturas de SS e de outras fações nazis mais radicais, mas estes focos foram dominados devido à força da Wehrmacht é à captura dos líderes nazis em toda a Alemanha e nos países ocupados.

Uma das principais decisões estruturantes do governo alemão foi a cessação das perseguições aos judeus e a outras minorias e o anúncio do desmantelamento do sistema concentracionário nazi, tendo sido solicitado a colaboração do Cruz Vermelha Internacional e dos países neutros.

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A leste tudo de novo

A instalação de um governo totalmente novo não teria resolvido imediatamente todos os problemas da Alemanha nem o fim da guerra na Europa. Os Aliados exigiam a rendição incondicional do país. Uma mudança de governo não teria feito essa exigência desaparecer instantaneamente. Os alemães teriam necessidade de agir rápida e decisivamente se quisessem evitar a aniquilação total.

O novo governo alemão tinha como objetivos fazer uma paz negociada com os Aliados ocidentais em separado e resistir à União Soviética, de modo a promover uma barreira ao expansionismo soviético.

Na frente oriental, o novo governo alemão promoveu uma profunda reestruturação da estratégia político-militar.

A guerra a leste passou a ser proclamada como uma guerra de libertação em que o povo russo e os demais povos da União Soviética seriam libertados pelos alemães e pelos seus aliados do jugo do totalitarismo comunista.

Os alemães favoreceram a apresentação pública, em 30 de julho, do Manifesto de Praga, um documento do Comité para a Libertação dos Povos da Rússia, uma organização dirigida por militares e civis anticomunistas, liderado pelo general Andrey Vlasov, que também comandava o Exército de Libertação Russo. O comité era visto como o braço político do Exército de Libertação Russo, embora também unisse várias forças ucranianas e outras forças étnicas que eram anticomunistas.

O Exército de Libertação Russo, que então agregava 200.000 efetivos, passou a colaborar cada vez mais ativamente na frente Oriental contra a União Soviética. Em 14 de agosto de 1944, foi oficialmente renomeado como Forças Armadas do Comitê para a Libertação dos Povos da Rússia, tendo sido declarado que as divisões russas não faziam mais parte do exército alemão, mas estariam diretamente sob o comando político-militar do Comité.

O manifesto defendia o derrube do regime comunista, s liberdades de expressão, imprensa, religião e reunião, bem como a implantação de um sistema político que atendesse às aspirações dos povos de toda a Rússia, incluindo o direito à autodeterminação. O Manifesto de Praga não continha qualquer retórica antissemita ou racista.

O Manifesto de Praga teve um eco muito significativo no moral do Exército Vermelho.

Entretanto, chegou-se a um acordo secreto provisório entre a Alemanha e o Estado Secreto Polaco, a resistência polaca não comunista que era leal ao Governo polaco no exílio, em Londres. A Alemanha reconhecia a legitimidade do direito da Polónia a ser novamente um Estado soberano e independente, embora não fossem definidas as fronteiras do território que eventualmente governaria. Além disso, procederia a uma retirada do território denominado como Governo-Geral, salvaguardando a prerrogativa da Alemanha tutelar a defesa contra ameaças externas, leia-se, soviéticas, enquanto a guerra durasse.

No plano estritamente militar, o marechal Erwing Rommel, a célebre “Raposa do Deserto” foi nomeado comandante supremo das forças armadas alemãs na frente oriental. Rommel ordenou uma contra-ofensiva na Polónia e no Báltico que logrou romper a frente soviética e efetuar avanços significativos.

Na parte sul da frente oriental, a situação foi mais complexa. Os soviéticos invadiram e ocuparam a Roménia e a Bulgária, países aliados da Alemanha. Para além de terem substituído as monarquias por regimes pró-comunistas, a invasão foi feita de uma forma especialmente brutal e violenta, o que teve eco a nível internacional.

Nos países ocidentais beligerantes contra a Alemanha, uma parte crescente da opinião pública começou a questionar: o comunismo não é tão perigoso como o nazismo?

A reação dos Aliados

O novo governo alemão tinha como finalidade promover uma paz negociada com os Aliados ocidentais em separado e resistir à União Soviética, de modo a promover uma barreira ao expansionismo soviético.

As três grandes potências aliadas (Estados Unidos da América, Grã Bretanha e União Soviética) tinham defendido o princípio da rendição incondicional.

Contudo, nos países anglo-saxónicos, desde a morte de Hitler e o derrube do regime nazi, tornou-se percetível uma redução sensata da animosidade contra o povo alemão. Uma grande parte da opinião pública desejava um fim para o conflito e apoiou a abertura de conversações para discutir termos de rendição humanitários e honrosos, mas opunham-se a qualquer compromisso de paz que permitisse à Alemanha escapar à derrota. A União Soviética permaneceu hostil a toda a ideia de negociações e empenhada na derrota total da Alemanha.

A Alemanha enviou aos governos dos Estados Unidos da América e da Grã Bretanha um programa de nove pontos: 1) suspensão dos bombardeamentos sobre a Alemanha; 2) suspensão dos planos de invasão; 3) renúncia de qualquer ocupação; 4) respeito pela soberania da Alemanha, 5) restabelecimento de um Estado constitucional de direito; 6) cooperação total para o cumprimento do armistício; 7) delimitação das fronteiras de 1914 no Leste, manutenção da Áustria e dos Sudetas; 8) colaboração na reconstrução da Europa; 9) julgamento dos criminosos por crimes contra o povo e a humanidade por tribunais alemães.

Na primeira quinzena de agosto, o novo governo alemão ordenou a retirada completa das forças alemãs da França ocupada, que passou a ser governada por um governo provisório liderado por Charles de Gaulle, e mostrou a sua disponibilidade para negociar o restabelecimento da soberania de todos os países europeus ocupados pela Alemanha desde o início da guerra.

Publicamente, as diversas potências aliadas continuavam a falar na exigência da rendição incondicional.

Contudo, nos altos círculos políticos, diplomáticos e militares, as coisas estavam subtilmente a mudar.

Na Grã-Bretanha, as propostas alemãs foram recebidas com uma certa recetividade, devido ao esforço de guerra enorme que tinha sido realizado desde 1939, que estava a esgotar a sociedade britânica, e ao receio de que os soviéticos viessem a ter um papel proeminente na Europa central e de leste. A perspetiva britânica era apoiada pelos demais países beligerantes, da Commonwealth.

O primeiro-ministro Winstow Churchill partilhou esta posição ao presidente norte-americano Franklin Roosevelt, que estava renitente a recuar na política de rendição incondicional que ainda pretendia aplicar no Japão, considerando que a Alemanha deveria punida pelo seu belicismo. Contudo, um crescente número de setores dentro do Governo e sobretudo do Congresso viam numa Alemanha pós-nazi como um trunfo importante para conter a política expansionista soviética.

Na sequência da política cada vez mais agressiva da União Soviética e da retirada alemã da França, Roosevelt acabou por aceitar a realização de contactos com o novo governo alemão, como prelúdio para uma possível cessação de hostilidades.

Entretanto, formou-se uma coligação de países neutros, integrando a Suíça, a Suécia, Portugal e o Vaticano, que passou a defendeu energicamente uma solução diplomática para o conflito.

Contudo, a expectativa inicial do novo governo alemão de obter um compromisso de paz favorável foi superado pela evolução da guerra e pela insistência dos Aliados no princípio da rendição, o que levou à aceitação da rendição condicional.

A alternativa  – a invasão e a ocupação de vastas áreas do leste do país pelas tropas soviéticas sedentas de vingança – foi considerada como demasiado terrível para ser contemplada. Foi considerado preferível aceitar o controlo por parte de países que não sofreram os horrores que a União Soviética sofreu nas mãos dos nazis.

Doravante, as tropas alemãs começaram a retirar-se dos países ocupados da Europa ocidental. No norte de Itália, as tropas alemãs prenderam Benito Mussolini e desarmaram as milícias fascistas, preparando a transição para o controlo aliado e a reunificação política da Itália.

Após negociações complexas, alcançou-se um acordo entre os Aliados ocidentais e a Alemanha, com base nos seguintes pontos:

– O restabelecimento da soberania de todos os países ocupados pela Alemanha;

– A Alemanha retirar-se-ia para as fronteiras anteriores a 1938;

– A Áustria, os Sudetas, Danzig e o Corredor germano-polaco continuariam a fazer parte da Alemanha, estando prevista a realização de referendos nos referidos territórios fossem realizados dentro de três anos, sob supervisão internacional;

– A presença de tropas dos Aliados ocidentais na Alemanha;

– A preservação da indústria não militar da Alemanha;

– Nenhuma punição coletiva seria imposta ao povo alemão;

– O julgamento dos líderes nazistas e dos criminosos de guerra perante tribunais internacionais;

– O pagamento de reparações de guerra;

– A promoção de um processo de desmilitarização, democratização e desnazificação da Alemanha;

Em relação à frente oriental, depois de negociações bastante difíceis e de confrontos militares bastantes agressivos, chegou-se a um acordo. A Alemanha deveria respeitar a integridade territorial da União Soviética nas suas fronteiras anteriores a 1941, pagar reparações de guerra, não interferir na independência e soberania dos países da Europa Oriental e respeitar qualquer acordo territorial relativo a esses países que os Aliados possam estabelecer.

O acordo de 30 de janeiro de 1945 marcou o fim oficial da Segunda Guerra Mundial na Europa.

Ficou estabelecida uma linha de demarcação entre os Aliados ocidentais e os soviéticos. A União Soviética ficou com as três repúblicas bálticas (Estónia, Lituânia e Letónia). A Roménia, a Bulgária, a Jugoslávia e a Albânia ficaram na esfera de influência soviética. Os restantes países do continente europeu ficaram na esfera de influência ocidental.

Outro resultado da maior relevância do acordo foi o lançamento do processo de instituição da Organização das Nações Unidas, substituindo a Sociedade das Nações, tendo como objetivo criar um sistema institucional destinado a promover a paz e a segurança internacionais.

O fim da guerra na Europa não representou o fim do conflito. O Japão estava numa situação cada vez mais difícil. O fim da guerra na Europa permitiu aos Aliados, sobretudo aos norte-americanos, transferir um grande volume de efetivos e recursos para a guerra na Ásia-Pacífico. Contra as expetativas nipónicas, as populações autóctones dos territórios ocupados mostraram-se hostis ao Japão e alinharam-se com os Aliados, através do incremento dos movimentos de resistência. Os Aliados libertaram as Filipinas e os arquipélagos Gilbert e Marshall. Além disso, valorizou-se a relação estratégica com a China nacionalista, o que contribuiu para a deterioração da situação das tropas japonesas na China. Os bombardeamentos norte-americanos afetaram gravemente as cidades japonesas. O caráter cada vez mais sangrento das operações para conquistar o território japonês, como por exemplo o caso da ilha, convenceram o presidente Harry Truman (Roosevelt faleceu em abril de 1945) de que as dificuldades para conquistar o arquipélago nipónico por meios convencionais seriam enormes. Além disso, o Japão recusava reiteradamente em render-se, demonstrando a prevalência de a linha política dura sobre a linha moderada, que pretendia negociar a paz com os Aliados. Na sequência dos bombardeamentos atómicos de Hiroshima e de Nagasáqui, o imperador Hiro Hito aceitou a rendição do Japão. Era o fim da Segunda Guerra Mundial, mas novos desafios surgiram para a humanidade.


Imagens: Bundesarchiv


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