Os coentros adoram o lado solar da vida

 

 

Sinceramente não sei o que seria da minha vida sem coentros (Coriandrum sativum). Esta planta é uma espécie de “James Dean” do mundo das plantas onde a máxima “live fast, die young” se aplica na perfeição!

É o seu calcanhar de Aquiles, durar tão pouco tempo… Representa o corolário de tudo quanto é bom na gastronomia portuguesa, da sopa fria à açorda, passando pela amêijoa, sem esquecer a salada.

Às vezes causa estranheza a um pequeno punhado de pessoas, que comparam o seu cheiro ao de um inseto que abunda nos nossos campos, o que já deu azo a estudos de predisposição genética para quem odeia esta planta!

Hoje, os “coentrófobos” modernos, há muito tempo afastados do campo e respetivos insetos, comparam o seu sabor ao de alguns cosméticos de menor qualidade.

Parece que a culpa é dos aldeídos presentes na planta, comuns a insetos e sabonetes. Uma excelente prova de como o olfato é um sentido tão importante para a espécie humana.

Felizmente que para a maioria os coentros fazem parte do DNA fundamental, de tal forma que se fosse abandonado numa ilha deserta e tivesse de escolher 5 ingredientes pois os coentros seriam um deles!

Por forma a evitar confusões com a salsa (Petroselinum crispum), porque as folhas são algo semelhantes ao observador menos experiente, sugiro o cultivo separado destas espécies.

Os coentros adoram estar ao sol, enquanto a salsa, que não usa protetor, é dada ao lado mais sombrio do habitat.

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Imagem: Luís Alves

Obs: texto previamente publicado na página facebook do autor.

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