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Lembra-se daquela vez que, após um dia de praia cheio de aventuras entre mergulhos, grandes ondas, bolas de Berlim e areia por todo o lado, chega a casa e só lhe apetece… água!? É nesses momentos, em que temos aquela sede genuína, que nos apercebemos o quanto ela é preciosa.
Mas se nós temos a sorte de termos água doce para beber, como fazem os animais que vivem no mar de água salgada? Aliás, porque é que os Oceanos são de água salgada? Todas estas questões são superinteressantes.
Se já repararam, as sardinhas grelhadas que terão comido neste início de Verão não são salgadas, por isso lhes colocamos sal para lhes dar mais sabor. Isto deve-se ao facto de os peixes possuírem a capacidade de se livrarem do sal. Mas como? Depende de cada espécie de animal marinho. Por exemplo, os peixes comuns utilizam os seus rins e umas células especiais nas guelras para se livrarem do sal; já os tubarões são diferentes, por terem um sistema digestivo que elimina o sal. As baleias e os golfinhos conseguem obter (quase) toda a água necessária ao seu organismo através da alimentação. No entanto, sem beberem água, a sua urina é 2 vezes mais concentrada do que a água salgada. E as aves marinhas que passam a maior parte do tempo no mar? Elas bebem água salgada, por vezes, conseguindo eliminar o sal através de glândulas situadas junto ao bico por onde removem o sal. Por exemplo, é fácil ver na cagarra (Calonectris diomedea), que vive nos Açores, um tubinho por cima do bico.
Sendo os Oceanos salgados, os animais marinhos tiveram de arranjar estratégias para conseguirem sobreviver ao sal. Mas porque é que o Oceano é salgado já que os rios são de água doce? Os Oceanos não deveriam ser doces também? A resposta está associada ao fundo do mar, e só se conseguiu obter uma resposta convincente recentemente, em 1979. Os sais minerais dos rios (por reduzidas que sejam as suas quantidades de água em relação à quantidade total de água do Planeta) desaguam no mar, e ao longo de milhões de anos eles podem contribuir para a sua salinidade. Mas são insuficientes para marcare, de forma tão indelével a salinidade do mar a ponto de as as caraterísticas dos Oceanos serem substancialmente diferentes das dos rios. Assim, só muito recentemente a descoberta de um tipo de fontes hidrotermais – fumarolas negras ou “black smokers” – por um conjunto de cientistas que mergulahram num submersível a grandes profundidades tornou possível esclarecer melhor esta questão. Estas fontes hidrotermais, que existem espalhadas pelos Oceanos, libertam grandes quantidades de sais que contribuem para que os Oceanos sejam salgados. Fascinante!
Tudo isto deverá fazer-nos pensar que a água é fundamental para o nosso planeta… e também para o nosso organismo. Precisamos dela todos os dias. Basta reparar nas vezes que a utiliza no seu dia a dia, desde matar a sede, cozinhar, lavar as mãos ou escovar os dentes. Em 2025, estima-se que mais de 50 % da nossa população mundial poderá estar vulnerável à escassez de água, havendo uma preocupação regular das Nações Unidas sobre a sua boa gestão. As maiores reservas de água estão na Antártida (congelada), devido à sua acumulação ao longo de milhões de anos. Se derreter, vai certamente aumentar o nível da água no mar. Como isto não é desejável, mais vale usarmos a água no nosso dia a dia na melhor maneira possível, de um modo sustentável. A água é um bem precioso para nós, para os animais que vivem em terra ou no mar, mesmo que esta última seja salgada.
Imagens: 0) Noah Holm / Unsplash, 1) Pedro N. Ramalho / Flickr
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