700 mil portugueses sofrem de asma e podem ser tratados

700 mil portugueses sofrem de asma e podem ser tratados

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São cerca de 700 mil os portugueses com asma, uma doença que, em Portugal, afeta todas as idades e géneros. No nosso país, esta é uma doença subdiagnosticada, com controlo ainda insuficiente e taxas de internamento importantes sobretudo na faixa etária das crianças, sendo que morrem mais de 100 pessoas por ano, devido à asma.

A asma é uma doença respiratória crónica frequente, que pode ser potencialmente grave. “Apesar de não existir uma cura, esta doença pode ser controlada, com um acompanhamento e tratamento adequados, permitindo que a pessoa doente tenha uma boa qualidade de vida e reduzindo muito todas as restrições que a asma não controlada implica”, relembra Helena Pité, médica e especialista em Imunoalergologia no grupo CUF, um dos grupos com maior notoriedade entre os portugueses na área da Saúde privada em Portugal, no Dia Mundial da Asma. Na base das declarações da médica e investigadora encontra-se a sua experiência profissional, mas também o  Inquérito Nacional de Controlo da Asma de 2010, cujos dados relativos à incidência nos portugueses continuam a ser os mais recentes nesta área.

Tratamentos de prevenção atuais para a asma são eficazes e seguros

Apesar disto, “a asma também pode matar e qualquer morte por asma não é aceitável”, alerta a especialista que reforça ainda: “Nos dias de hoje, a esmagadora maioria das mortes por asma é evitável. Existem tratamentos eficazes e seguros para todas as idades e nunca é de mais reforçar a importância de controlar esta doença”.

No entender de Helena Pité, na origem da “asma não controlada” entre os portugueses podem estar alguns fatores como o “desconhecimento ou existência de alguns mitos em torno desta doença e do seu tratamento, a necessidade de fazer medicação diária preventiva e a consequente falta de adesão ao tratamento”, mas também “dificuldades na administração dos tratamentos, por exemplo, no uso adequado dos inaladores”.

O tratamento para a asma assenta no uso de dispositivos para inalação de medicamentos, “que permitem uma ação local, com muito maior eficácia e tolerabilidade dos fármacos utilizados” pelos portuguses em geral. Para contornar estas questões, destaca a importância de uma maior e melhor informação sobre a doença: “É necessário aumentar a consciencialização das pessoas com asma, dos seus familiares, amigos e mesmo de toda a comunidade para a problemática da doença, para a sua natureza crónica e para a importância de reconhecer as queixas típicas, independentemente da idade, e de cumprir o tratamento preventivo”. “Depois, é preciso ter em conta que o controlo da asma diz respeito a não ter queixas ou sintomas nem de dia, nem de noite, não precisar de usar medicação de alívio, nem ter limitações na vida do dia-a-dia por esta doença. Esse é o alvo a atingir e só assim podemos considerar a asma totalmente controlada.”

A utilização excessiva de medicamentos de alívio rápido (broncodilatadores de curta ação) pelos portugueses é um dos principais desafios apontados pelos especialistas desta área, que têm concentrado esforços para informar e sensibilizar os portugueses para o tratamento adequado da doença. “Estes medicamentos de curta ação dão alívio rápido dos sintomas, das queixas de tosse, pieira, pressão no peito ou falta de ar, mas não tratam a inflamação que está na origem dos sintomas”, afirma a médica e investigadora. Deste modo, “a inflamação não é debelada, o que faz com que o problema persista e piore, com risco de ocorrer uma crise de asma, que pode ser grave. É preciso reduzir o uso dos medicamentos de alívio e aumentar o uso de medicamentos preventivos, os quais são verdadeiramente capazes de controlar a doença, reduzindo os sintomas, as limitações e as restrições na qualidade de vida das pessoas com asma, a necessidade de mais medicamentos, as crises e as respetivas complicações.”

Quais são os sintomas da asma?

Os principais sintomas da asma são a tosse, a pieira ou chiadeira no peito (ruído que se ouve ao respirar, como se fosse um “miado” de um gato) e a sensação de aperto no peito ou falta de ar. As infeções respiratórias, as alergias e os fatores irritantes para as vias respiratórias, incluindo a poluição e o fumo de tabaco, podem desencadear sintomas ou mesmo crises de maior ou menor gravidade. “Não podemos esquecer que muitas pessoas com asma têm sintomas provocados pelo exercício físico. Apesar disso, a solução não passa por reduzir a atividade física – essencial à saúde dos portugueses -, mas antes por controlar os sintomas com um tratamento que permita a sua prevenção, de forma que todas as pessoas com asma possam tirar benefício da prática de exercício físico regular, sem sintomas da doença.”

O tratamento da asma é um direito de todos os portugueses

Este ano a Global Initiative for Asthma – GINA definiu como mote para o Dia Mundial da Asma, o “Asthma Care for ALL”, por considerar que o tratamento adequado da doença é um direito de todos. O objetivo desta data é sensibilizar a população para a necessidade de conhecer a asma e as suas complicações, procurando melhorar o diagnóstico, a adesão ao tratamento e a evolução da doença.

O primeiro Dia Mundial da Asma, foi celebrado em 1998, em mais de 35 países em conjunto com o primeiro Encontro Mundial sobre a doença realizado em Barcelona, Espanha. A participação aumentou a cada Dia Mundial celebrado desde então, e o dia tornou-se um dos mais importantes eventos de consciencialização e educação sobre asma em Portugal e no mundo.


Imagem: SM/ Unsplash


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Categorias: Economia, Empresas, Saúde

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