É mais que sabido que a habitação constitui um direito fundamental, contudo encontrar um lar com rendas ou a preços de compra acessíveis tornou-se um desafio cada vez maior, especialmente para as famílias de médios ou baixos rendimentos.
Se nas grandes áreas metropolitanas o aumento do turismo, e não só, tem tido impacto nesta questão, não é menos certo que cidades mais pequenas, como Famalicão, têm desde há vários anos sofrido com subidas de preços absolutamente insuportáveis.
Mas, então, o que fazer em relação à falta de habitação em Famalicão?
A primeira resposta prende-se com: que tipo de concelho queremos? Que políticas locais devem ser implementadas que deem resposta a estes problemas?
Uma das respostas passa pelo executivo local reconhecer que existe um problema de habitação, e que este se reveste de urgência na sua resolução. Por outro lado, exige-se ao mesmo que assuma a responsabilidade social que lhe é devida (esteja ou não no ADN dos partidos da maioria) e que as respostas habitacionais têm de ter em conta quem mais precisa.
O que se tem verificado é que com o desenvolvimento do segmento de luxo, e o insuficiente investimento na oferta de habitação pública e acessível aumentaram as dificuldades no acesso e manutenção de uma habitação no centro ou arredores da nossa cidade, sendo as pessoas empurradas e excluídas para a periferia desta.
Importa, igualmente, considerar que os agregados familiares estão em mudança, em Famalicão e não só. As famílias unipessoais cresceram 4,2% em relação a 2021, perfazendo um total de 16% , atualmente. Diferentes realidades exigem diferentes respostas, e apoios direcionados para essas mesmas necessidades. Apoios esses que não se bastam adequados, têm de ser em número suficiente. Pois, quando se sabe que os apoios de renda ou obras em 2022 rondam, somente, os 500.000 euros, contrastando com os largos milhões gastos em futilidades, e que não existe qualquer indício de uma estratégia de habitação acessível nas decisões camarárias, diria que está na hora de repensarmos se o futuro da nossa cidade está em boas mãos.
Habitação e responsabilidade ambiental
Não poderia falar desta questão e não referir que a habitação não pode ser limitada somente ao seu fim. Se ninguém poderá negar que Famalicão é uma cidade em crescimento, colocar os impactos negativos desse crescimento de lado é não considerar todas as respostas necessárias. Continuar a permitir construir sem qualquer exigência ambiental significativa negar a responsabilidade de garantir um território sustentável.
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