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O falhanço da gestão profissional

 

 

Quando se ouve professores e médicos quase todos dizerem que se sentem exaustos (e estão) mas a fazer “um bom trabalho”, considerando que a culpa é dos alunos, das famílias, dos utentes… às vezes, brinco e digo: Que pena não termos alunos que já sabem tudo e pessoas saudáveis para tratar!…,

Isto vem a propósito da análise a um Relatório que na equipa da Universidade Nova estamos a terminar sobre um determinado sector em Portugal – de trabalho operário especializado na área da aviação – pois vejo que a maioria diz que “não é bom no que faz” e aponta “erros de gestão, planeamento “tudo ao molho”, sem racionalidade e colocando potencialmente em perigo outros”. Pensei, então, que essa foi a resposta que também recebemos dos maquinistas do metro, dos comboios e de todos os meios de trabalho industrial que temos estudado.

Tenho dito a médicos e professores que não é possível estarem exaustos e fazerem um bom trabalho, pois uma das duas premissas é falsa. Que deviam, na minha opinião, não mentir a si próprios (na psicologia, há teses sobre isto muito interessantes). É preciso uma grande coragem e verdade consigo para dizer à sociedade “o que eu faço faço mal” porque as condições que me dão são péssimas. Dizer que os alunos estão bem educados quando vemos a decadência da escola, ou que as pessoas estão com a saúde cuidada é uma reacção corporativa que não ajuda em nada a resolver a chave do problema. A verdade não resolve os problemas, mas sem ela não mudaremos nada.

Má qualidade dos serviços de educação e saúde deve-se à gestão neoliberal

Se o discurso neoliberal diz que os professores e médicos são os responsáveis pela má qualidade dos serviços a resposta não pode ser “os serviços estão muito bem”, como argumentam sempre o Ministério e os sindicatos. Por outro lado, a resposta deve antes ser – a má qualidade existe sim, e a culpa é da gestão, da formação, da organização, dos fins e dos meios, a má qualidade é da gestão neoliberal.

Andar a negar o óbvio só coloca a população contra estes profissionais, que deviam ser os primeiros a dizer “estamos a fazer mal” e “precisamos de condições para fazer bem”. Manter o discurso de as condições de trabalho “são péssimas mas a escola e os hospitais estão óptimos e nós somos todos muito bons” é negar evidências. Ninguém pode ser bom profissional num mau ambiente de trabalho. As pessoas cada vez ensinam pior, tratam pior, e isso faz mal a todos nós mas desde logo a elas próprias porque não se realizam no trabalho; são, na sua larga maioria, excelentes profissionais se tiverem boa formação e condições de trabalho. E não têm. Aliás trabalham em dobro e em triplo e mesmo assim cometem-se erros, falhas. Na medicina, os profissionais protegem-se com protocolos que eles mesmo falham e na educação o desastre está à vista.

Não são os trabalhadores que gerem os seus locais de trabalho – são gestores. É aí que está a responsabilidade, que em última analise é sempre política. São gestores, e não trabalhadores, porque os governos assim o decidem.

O falhanço da gestão profissional está à vista

O delírio tecnocrático trouxe-nos aqui. Nenhum local de trabalho pode ser bem gerido se não o for por quem trabalha e conhece cada canto do “real do trabalho”. É por isso que sempre defendi a gestão democrática dos trabalhadores, que foi sendo responsabilizada pelos maus resultados. Ora há 40 anos que acabou a gestão democrática na saúde e há 10 nas escolas, substituídos que foram os profissionais por gestores – o resultado está aí. Pior é difícil: serviços sem funcionar, pessoas a quererem fugir dos locais de trabalho, colapso de alguns sectores, desmoralização, assédio como forma diária de gestão, absentismo crescente, doenças. Um falhanço rotundo é o da gestão profissional, desde logo porque das profissões reais que gerem nada sabem. São décadas de prova de falhanço da gestão profissional, parem de culpar os profissionais, que podem sim ser responsabilizados, e as suas organizações, por não lutarem contra este estado de coisas. Agora que não são eles que definem como trabalham – são os gestores – isso é indubitável.

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