Há pouco, na cozinha, dei por mim a abanar a cabeça. Felizmente tinha comido um pouco de marmelada com noz e a tristeza ficou mais suave. Penso em alguns jovens amigos, sobretudo naqueles que se sentem ufanos no exercício da escrita e do que chamam poesia e se acham acrescentados de alegria e de felicidade. Sei, no entanto, que o pensamento é triste e que a beleza deslumbra, é certo, mas também magoa e, às vezes, esmaga. Ser poeta não é um bem e também não é um mal. Escrever não arrasta consigo águas felizes. Será, assim, a princípio perante o deslumbre, a alegria reflexa da expressão, algumas palmas e vitórias.
Mas agora digo que estou triste. Acabo de ver uma versão para cinema de “O deserto dos Tártaros”, de Dino Buzzati. Descobri o filme graças a uma publicação, uma espécie de aviso, de António Franco Alexandre. A boa vontade de um amigo trouxe-me o filme e eu fiquei assim. Já tinha lido o livro há cerca de dois anos. Não pretendo comparar experiências nem estados de alma.
O livro incomodou-me na altura, estávamos no princípio da pandemia e eu vivi intensamente a atmosfera opressiva, a longa espera por uma guerra que não haveria de chegar. Entretanto a vida, a duração, a observação do espaço, a longa espera por sinais, os falsos alarmes, a juventude perdida por uma guerra que a cada passo ameaçava e que teimava em declarar-se. O livro desassossegou-me para sempre e o filme encantou-me. Não é hoje o dia para falar dos grandes actores em cena e dessa paisagem maravilhosa do Irão que, em boa medida, dá corpo à respiração do filme. Esse lugar da criação desapareceu no terramoto que abalou o Irão em 2003. Ficaram as imagens.
‘Entre o amor e o pecado’ melhor do que nunca 65 anos depois
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