“Há racismo estrutural em Portugal”, assume Catarina Marcelino, a vice-presidente do Instituto de Segurança Social, na palestra integrada no programa da exposição ‘O Império do Medo’, patente ao público na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, em Vila Verde, e proferida, este sábado, 20 de novembro. Este ‘racismo estrutural’ provoca discriminação de pessoas afro-descendentes, assim como de imigrantes, comunidades ciganas e até dos próprios portugueses vindos das antigas colónias – os ‘retornados’.
A denúncia foi efetuada numa palestra sobre “O Racismo na Sociedade Portuguesa no Século XXI” que teve como moderador João Delgado, professor e designer multimédia natural de Angola.
Ex-secretária de Estado para a Cidadania e para a Igualdade (no governo de 2015-2017), Catarina Marcelino sugeriu que Portugal, a caminho de celebrar os 50 anos da Revolução de Abril, deve aproveitar para “falar abertamente dos efeitos do colonialismo português e promover a reconciliação”.
Discriminações fazem-se sentir sob as mais diversas formas
De acordo com a antiga governante socialista e atual dirigente da Segurança Social, as discriminações que sentem os retornados e também os filhos, assim como os afro-descendentes e as novas comunidades imigrantes – muitas vezes estigmatizadas em bairros – têm impacto das mais diversas formas, designadamente na vida social, na escola e no acesso ao emprego.
A presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, Júlia Fernandes, encerrou a sessão, inserida no contexto da exposição “Império do Medo”, patente na Biblioteca Municipal de Vila Verde até dia 3 de dezembro e que invoca a escravatura, rememorando o tráfico negreiro, a sua violência e circunstâncias, assim como a luta porfiada das vítimas e de quantos se lhe opunham.
Nos 150 anos da abolição da escravatura em Portugal
Criada para o Fólio, festival literário de Óbidos, a exposição inicia em Vila Verde um périplo por alguns concelhos do Cávado, antes de se dirigir a Lisboa, onde será mostrada na Fundação José Saramago.
Sobre a exposição, explicam os curadores que “os registos para que a memória não se apague são determinantes no reforço dos factos e da história.
Os paradigmas que hoje vivemos exigem reflexão, pelo que esta exposição ganha oportunidade, dando um contributo sobre factos e circunstâncias: a ESCRAVATURA e o percurso na sua abolição em Portugal e no mundo.
Passados mais de 150 anos sobre a abolição em Portugal, esta exposição invoca a escravatura, rememorando o tráfico negreiro, a sua violência e circunstâncias, mas também a luta porfiada das vítimas e de quantos se lhe opunham. Verdadeiro império do medo, a escravatura causou a deportação para as Américas de cerca de 12,5 milhões de africanos.
Na sequência da escravatura, seguiram-se anos de colonialismo, descriminação ou segregação, que deixaram um rastro de racismo estrutural nos países que foram potências escravocratas e/ou colonizadoras.
Mas não esquecemos também as novas servidões do nosso tempo e as diferentes manifestações de racismo”.
“Os registos para que a memória não se apague são determinantes no reforço dos factos e da história.
Os paradigmas que hoje vivemos exigem reflexão, pelo que esta exposição ganha oportunidade, dando um contributo sobre factos e circunstâncias: a ESCRAVATURA e o percurso na sua abolição em Portugal e no mundo.
Passados mais de 150 anos sobre a abolição em Portugal, esta exposição invoca a escravatura, rememorando o tráfico negreiro, a sua violência e circunstâncias, mas também a luta porfiada das vítimas e de quantos se lhe opunham. Verdadeiro império do medo, a escravatura causou a deportação para as Américas de cerca de 12,5 milhões de africanos.
Na sequência da escravatura, seguiram-se anos de colonialismo, descriminação ou segregação, que deixaram um rastro de racismo estrutural nos países que foram potências escravocratas e/ou colonizadoras.
Mas não esquecemos também as novas servidões do nosso tempo e as diferentes manifestações de racismo.”
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Imagens: M VVD
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