Benedict Anderson chamou às nações “comunidades imaginadas”.
Poucos terão reparado que as fronteiras regressaram à Europa neste ano, com bloqueios que nos fazem lembrar as filas para passar Espanha antes de 1986, sendo que não fomos preparados com cervejas e caramelos para passar o tempo de espera. Por outro lado, a digitalização torna tudo frio, já não há tempo para observar o guarda fronteiriço e as suas prováveis indiossincracias.
Vivi e trabalhei na Alemanha, agora na Suiça, em plena pandemia, a viajar todas as semanas por razões laborais. O que tenho assistido por esta Europa fora é digno de registo, sobretudo agora que em plena Cimeira Social se afirma a solidariedade europeia, todos a uma só voz.
Na Europa solidária há de tudo um pouco, só não há dois países com as mesmas regras: há países que pedem PCR, outros só antigénio; outros 48 horas, outros 72; há os que obrigam a quarentena e outros que não; uns 10 dias, outros 14; há os, como Portugal, que impedem o acesso dos próprios residentes ao país se não tiverem PCR. Claro que muitos há que não fazem tal aos seus próprios cidadãos! – o bom aluno nunca falta às aulas. Vi em Madrid vários portugueses ficarem na fila sem embarcar para o seu próprio país… desde que seja por ar – por terra não há PCR, Dra. Graça -; há na Europa os que verificam ostensivamente cada papel, um QCode, o PCR, o CC, o formulário, outros em que passamos como se nada fosse; há os que decidem que só voamos com máscara cirúrgica, outros com F2, outros ainda pode ser de pano – imagino o que será a Europa social solidária se não alcançamos ainda a famosa PMC (Política Máscara Comum).
Evidentemente que todas as variantes na Europa estão espalhadas porque há milhões de pessoas que vivem num país, trabalham noutro, as cadeias logísticas estão interligadas e há milhares de casamentos mistos. Somos europeus. Pedir um PCR a quem vem de Madrid é o mesmo que o pedir a quem vem do Porto.
O vírus não é imaginado, infelizmente, mas a comunidade que pensa que ele conhece fronteiras é.
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