Com um investimento superior a 28 mil euros, encontram-se em curso os trabalhos de conservação, restauro e montagem de um retábulo pertencente à nave da Igreja do Convento de Vilar de Frades, em Barcelos.
Trata-se de um retábulo de estilo barroco nacional, de finais do séc. XVII, resgatado do conjunto de elementos artísticos armazenados no imóvel desde meados do século passado, e que já foram, em grande parte, recolocados na igreja.
O estudo e análise de um conjunto de peças soltas resultou na reconstrução desta estrutura retabular. O altar encontrava-se em muito mau estado de conservação, evidenciando perdas extensas.
Mosteiro de Vilar de Frades
O mosteiro beneditino de Vilar de Frades terá sido fundado em 566 pelo bispo S. Martinho de Dume. A sua total ruína, na sequência das invasões muçulmanas, levou a uma completa reconstrução românica do cenóbio quinhentos anos mais tarde, em 1070, por encomenda de D. Godinho Viegas.
No início do século XIV a propriedade encontrava-se abandonada, pelo que, em 1425, é entregue à Congregação dos Loios. Da primitiva construção quase só resta apenas o portal, com três arquivoltas ricamente ornamentadas de seres fabulosos e elementos naturalistas e geométricos, assentes em colunelos com capitéis historiados representando um bestiário típico do românico.
A partir do século XVI várias obras de ampliação e remodelação começam a alterar substancialmente a feição do antigo mosteiro românico e de toda a cerca conventual, datando de meados de quinhentos uma segunda torre a norte, os dormitórios, o refeitório, a cozinha, a biblioteca e o claustro, ao centro do qual se erigiu um chafariz de mármore, mandado talhar em Lisboa em 1596, composto por duas taças com bicas em forma de carrancas. Quinhentistas são ainda o cadeiral do coro, o órgão da igreja e o retábulo do altar-mor, pertencendo já a finais do século o retábulo do Espírito Santo. Mas as obras manuelinas estão entre as mais impressionantes, conservando-se o portal principal enquadrado por dois grandes colunelos ao modo de troncos podados, ao qual se acede por um alpendre saliente e no interior a elegante e complexa abóbada nervurada cobrindo a nave única desta igreja-salão, com vasta capela-mor (concluída apenas em meados do século XVII). De salientar ainda a abóbada do braço sul do transepto, muito ornamentada.
A autoria destas obras encontra-se atribuída a João Lopes o Velho, famoso arquiteto que viveu em Guimarães, Lamego, Porto e Viana do Catelo e cujo trabalho se encontra repartido entre a Galiza e o Norte de Portugal.
Intervenção ao abrigo do programa Operação Mosteiros a Norte
Os trabalhos em curso correspondem a uma 1ª fase que tem como objetivo principal a preservação e o resgate desta peça com interesse patrimonial, repondo-a no seu local original, a capela de Nª Sª da Anunciação da nave da igreja.
A intervenção foi adjudicada, pela Direção Regional de Cultura do Norte, à empresa Arte e Talha, Conservação e Restauro, pelo valor total de 28.595,45 €, com um prazo de execução de 90 dias.
Esta ação faz parte da Operação Mosteiros a Norte, promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte e comparticipada pelo Programa Operacional Norte 2020, a qual visa dar continuidade às intervenções de consolidação do edificado já anteriormente realizadas nos mosteiros de Arouca, Grijó, Rendufe, Tibães, Pombeiro e Vilar de Frades.
Visitas grátis
Em 2021, na sequência da aprovação da Lei do Orçamento de Estado, os museus, palácios e monumentos nacionais passam a ter entrada gratuita, em permanência, aos domingos e feriados. A entrada passa também a ser gratuita para estudantes do ensino profissional e superior das áreas nas áreas histórico-artísticas, turismo, património e gestão cultural.
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Imagem: DRCN
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