O Governo da Nação não aprendeu nada com o que aconteceu entre Março e Julho. Não preparou uma segunda vaga, anunciada e com hora marcada.
Durante a primeira vaga da pandemia, era desculpável ou talvez não, a posição e deriva errática do Governo e da DGS. Pouco sabíamos o que era e o que fazia o SARS-CoV-2.
Já nessa altura, o povo português esteve à altura dos acontecimentos, ao ver o que estava a acontecer em Itália e Espanha, teve a sensibilidade para perceber que se passava algo de grave, confinou mesmo antes do governo ter colocado no País qualquer medida que fosse para travar os contágios.
A sociedade civil – particulares e empresas – doou ao SNS máscaras, ventiladores, viseiras, roupa de protecção, acolheram nos seus hotéis gratuitamente, os heróis de Portugal, médicos, enfermeiros, assistentes que estavam impedidos de estar com as famílias, a restauração que graciosamente colocou as refeições quentes, a tempo e horas para que nada faltasse a essa grande família, que são o garante da saúde dos portugueses.
Todos assistimos ao sofrimento desta 1ª. linha de ataque à pandemia, mesmo com estas doações. Da parte do governo nada havia, a não ser promessas não cumpridas.
Primeiras críticas assinaladas ainda em Março
Em fins de março ainda poucos falavam e já me insurgia contra este governo, pelo facto de ter deixado os doentes não-Covid para trás, ao abandono. Assistimos a doentes crónicos, primeiras consultas, cirurgias, tratamentos gerais e oncológicos, acompanhamento das sequelas dos AVC e Enfartes de Miocárdio, centros de saúde e USF, sem consultas presenciais e muito mais.
Actualmente, com uns meses em cima, os resultados vieram dar razão às críticas então apresentadas. Até hoje, 8.000 mortes não-Covid a mais que os números do ano transacto, sem explicação por parte de quem de direito. Mortes que, alegadamente, poderiam ter sido evitadas, se não tivessem ostracizado o sector social e privado de saúde que desde a 1ª. hora se disponibilizou para ajudar a mitigar os efeitos desta pandemia.
Porém a pancada ideológica de esquerda falou mais alto, as jogadas políticas e a tentativa de agradar aos partidos de esquerda, visando única e exclusivamente a manutenção do poder pelo poder, não permitiu a salvaguarda da saúde de todos os portugueses.
Os critérios do vírus
O que sabemos hoje é que o vírus não escolhe hora, local, idade, raça ou sexo.
Mas sabemos, hoje, que o vírus tem medo e não ataca festas políticas, espectáculos culturais, políticos, assessores, parceiros sociais, partidos políticos, grandes eventos internacionais. Não ataca nos transportes públicos aéreos, ferroviários, marítimos e rodoviários. Não ataca, nas feiras semanais, centros comerciais, grandes superfícies, hipermercados.
Contudo, o vírus é tremendamente egoísta e manhoso. Se estiverem 6 pessoas juntas, a almoçar ou a beber um copo, o bicho ataca. É selectivo e tem sede. Gosta de álcool depois das 20 horas.
O vírus é criterioso: ataca na Páscoa, nos dias 13, em Fátima, nas igrejas, no Dia de Todos os Santos e está a ponderar atacar no Natal. Talvez consigamos enganar o animal, se alterarmos o nome para Natalavante.
Mas, sobretudo, o vírus é narcisista: ataca as famílias no seu lar, no seu canto, no seu recato.
Com tudo isto, quero apenas dizer que se estão a cometer os mesmos erros da 1ª. vaga.
Não se aprendeu nada com as mortes que se vêm amontoando no excel. Infelizmente, para esta gente que nos governa, são estatísticas, não pessoas.
A velha máxima continua a imperar. Se fizermos sempre as mesmas coisas, as mesmas políticas, os resultados serão sempre os mesmos.
Os serviços de saúde sociais e privados, nesta altura, já deveriam estar em velocidade de cruzeiro no apoio ao SNS.
Erros de comunicação
O Governo ofereceu 15 milhões de euros à Comunicação Social, dizem eles, em adiantamento à publicidade institucional.
Ora bem, essa foi uma das maiores lacunas do governo. Tem uma televisão pública, pagou aos privados adiantado e não se viu, nem se vê campanhas ininterruptas, agressivas e a toda a hora, visando veicular informação à população, como distanciamento social, uso de máscara, gel desinfectante, como actuar em eventos públicos, entre muito mais.
Explicar aos portugueses as opções tomadas, as excepções à regra, evidenciar os número de contágios nas freguesias e concelhos, para permitir maiores cuidados.
Alertar para a segurança nos hospitais, centros de saúde e USF, para que todos aqueles que sintam receio, em caso de doença, se desloquem aos mesmos.
Sou frontalmente contra confinamentos, restrições de circulação entre concelhos. Sou inabalavelmente contra, a soldo da pandemia, se proceder à coarctação dos direitos, liberdades e garantias de um povo, ou pior, a tentativa de imposição de uma agenda política.
Não sou negacionista, porém é exigível que evidências científicas comprovem, fundamentem, toda e qualquer actuação técnica, nesta pandemia.
Basta daquelas aberrantes conferências de imprensa diárias que, à hora de almoço, veiculam informação que poucas horas depois é contrariada e desmentida.
O povo não entende que se diga uma coisa e o seu contrário logo de seguida. Tal facto mina as instituições, cria uma forte sensação de insegurança, mas sobretudo cria o facilitismo numa população cansada, farta de sofrer e desanimada.
Como disse, sou favorável, por precaução, a que se use máscara, se promova o distanciamento social e as medidas preventivas sanitárias.
Contudo, não posso deixar de constatar um facto: na maior parte dos Países onde foi decretado o uso obrigatório de máscara, o confinamento, ou o recolher obrigatório há mais de 1 ou 2 meses, o número de infectados diários continua ainda igual e, em alguns deles, muito superior àqueles que ainda não impuseram essas medidas.
Um exemplo paradigmático são os Estados Unidos da América, de Donald Trump. Hoje, a Europa, na proporção da população americana, tem um número muito superior de infectados ao daquele país. Factos… são factos.
Estar alerta
Finalizo deixando um alerta: não deixem a economia morrer. É preciso salvaguardar a nossa saúde, mas também a economia, caso contrário não morremos da doença mas morremos da cura.
Tempos difíceis se avizinham, cuidem-se.
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