Deus é o acaso. Não queiras matar o acaso por favor. Filósofos como Nietzsche e outros antes dele dizem que Deus está morto, mas eu ainda tenho esperança que ele esteja vivo. “Até amanhã, se Deus quiser.”. Não é como quem diz, Deus é omnipotente e só ele sabe se eu te vejo, mas sim até amanhã se por acaso nos virmos. O acaso e as coincidências fazem-me acreditar que Deus existe, mas tanto lhe bateram, manipularam e maltrataram que ele está a soro. Mas quem fez isso? O homem, pois claro.
O homem tudo manipula. Até para que os tomateiros deem fruto existem caixas de abelhas dentro de cada estufa. Os tomateiros são capados e guiados para que só cresçam aquilo que o homem quer. A natureza virou uma máquina. As vacas, por exemplo, são inseminadas artificialmente e o seu esperma é escolhido consoante o tipo de vaca que queremos obter, se para produção de carne, se para produção de leite. Os animais para consumo viraram robots. O homem ali no monte bem tenta dizer – que linda floresta!, mas não. Não é mais do que uma plantação de eucaliptos ou pinheiros. E os animais lá colocados vêm de criações em cativeiro para que se faça o gosto do caçador. Buscadores e buscadoras de Deus: coragem, Deus está a soro!
É verdade que o homem deve ser superado de modo a tornar-se na sua melhor versão. Não devemos ser medíocres, mas sim procurar sermos bons naquilo que fazemos, mas que direito temos nós de manipular a situação? Rios, ar, mar, oceano, terra, cimento e madeira. Vamos esgotar todos os créditos, game over e ao fim metemos nova moedinha? Não queiram matar Deus, porque depois de morto ainda ninguém cá apareceu para contar como é.
Na vida, até podemos não ser aquilo que sempre ambicionamos ser, mas algo em nós sentia curiosidade em o fazer, em o ser e ter esta experiência de vida no momento. O devir há-de chegar e até lá aceita o melhor de nós. Aceita que és assim. Aceita também o acaso, aquilo que nos chega porque a coincidência de encontrar aquela pessoa, naquele lugar, àquela hora, é uma visão do caminho. O caminho que te leva à tua melhor versão.
Imagem: Markus Winkler/VN
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