No primeiro debate parlamentar desta legislatura, assistimos ao previsível e inconsistente discurso de António Costa, igual a si próprio e à política económica seguida nos últimos anos pelo Governo que lidera.
Foi notório que o recentemente anunciado esgotamento do Fundo da ADSE em nada o preocupa, tão satisfeito que terá ficado com a oportunidade que isso lhe dá de justificar uma ainda maior carga fiscal sobre todas as famílias em benefício de apenas algumas, aquelas que usufruem desse mesmo Fundo.
Nada o incomoda que à maioria das famílias portuguesas apenas reste o recurso aos seguros de saúde privados para que possam usufruir de serviços de saúde também privados, dado que o Serviço Nacional de Nacional (SNS), tão venerado nas palavras pelos governantes socialistas e pelos apoiantes das esquerdas do PCP e do BE, está cada vez mais degradado.
Mesmo assim, António Costa voltou a recusar admitir a promoção pelo seu Governo de uma parceria corretamente regulada entre os setores público e privado na prestação de cuidados de saúde.
Assumiu com toda a força o primado da ideologia de serviço público na saúde sobre o mérito, a eficácia e a eficiência na forma de prestação dos mesmos serviços, por mero preconceito ideológico de esquerda que desembocará inevitavelmente numa excessiva e desnecessária cobrança de impostos para o sustentar.
Reafirmou a intenção de aumentar o número de escalões do IRS nos patamares de rendimento médios e superiores, que, de forma matematicamente inevitável, irá gerar mais cobrança de impostos aos cidadãos com níveis de rendimento com maior capacidade para alavancar o PIB da economia portuguesa na sua componente de consumo privado e investimento. A
inconsistência económica desta opção é servida em bandeja embelezada de justiça fiscal de chantili.
Aceitou complacentemente a incompetência do seu anterior Governo, montado num acordo partidário cujos próprios subscritores vergonhosamente também apelidam de “Geringonça”, para evitar a comprovada redução do PIB per capita em paridade dos poderes de compra em Portugal, ao longo dos últimos anos de Governação socialista, apoiado num compromisso escrito de esquerda entre ideologias economicamente falaciosas, indutoras de distribuição de rendimentos sem correspondentes ganhos significativos de produtividade.
É que as políticas económicas baseadas nessas ideologias foram há já muito tempo ensaiadas com péssimos resultados em países e sociedades que delas agora tentam fugir. Vimos um conjunto de respostas gravemente omissas na apresentação de uma necessária e urgente estratégia de prevenção e combate ao principal problema que Portugal, um país com uma economia financeiramente dependente e aberta, sofrerá com o impacto da degradação galopante da atividade das suas principais economias parceiras.
É que já é mais do que momento de enfrentar as consequências da já presente quebra do ciclo de crescimento económico internacional e da crise financeira e da dívida pública que imediatamente lhe seguirão de forma avassaladora. Enfim, ao longo de todo o debate do programa do Governo que agora entra em funções, vimos um animal político bem-falante, de discurso redondo e redundante, com um ar educadamente paternalista nas suas respostas às questões e interpelações dos deputados dos diversos partidos.
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