De 23 a 25 de maio próximo, em Vila Nova de Famalicão, as Raias Poéticas têm a sua 8ª edição. Organizadas por Luís Serguilha, escritor famalicense domiciliado no Brasil, país onde tem encontrado enorme sucesso com uma forma de escrita radical e inovadora, as Raias Poéticas têm vindo a afirmar-se no panorama literário português como um encontro literário sui generis sobretudo de escritores – principalmente poetas -, mas também de outros interessados nas artes da escrita e não só, ao longo dos últimos anos.
Ao longo das suas 7 prévias edições, as Raias Poéticas, apesar da sua pequena dimensão, têm-se conseguido destacar-se como um evento literário alternativo às grandes produções do género que acontecem em Portugal, nomeadamente as Correntes de Escrita, na Póvoa de Varzim, e o Escritarias, em Penafiel.
Raias Poéticas: viver a arte (da escrita e não só)
Na edição 2019 das Raias Poéticas, prevê-se encontrem os presentes alguns habituées, como Tiago Alves Costa (poeta, ensaísta, Galiza), Luís Filipe Sarmento (escritor, tradutor, Portugal), Jorge Velhote (poeta, fotógrafo, ensaísta, Portugal), Aurelino Costa (poeta, ator, Portugal), mas também novidades, como João Mendes Rosa (poeta, ensaísta e curador de arte, Portugal), Vítor Cardeira (poeta, Portugal) e os famalicenses Júlio Sá (professor de literatura portuguesa) e Helena Amaral Correia Romão (pintora, galerista e professora, Portugal) que surfarão duas das sessões de trabalho.
Assentando as suas premissas numa forma de viver a vida em que a arte é centro de ação, em rotura com um quotidiano asfixiante, as Raias Poéticas pretendem romper com as mais comuns formas de discurso.
Dê-se a palavra a Luís Serguilha, curador das Raias Poéticas:
“Acontecer numa multidão sem sujeito, catalizando encontros que capturam futuros libertadores do passado, sim, exijo em mim a inocência que experimenta a aprendizagem da diferença dentro do acaso impulsionador das singularidades…o corpo com ritmos próprios, intensifica processos criativos fora das axiomáticas representativas e da igualização moralista imbecilizadora: não é com ideais, fatalidades, assujeitamentos ou com julgamentos insaciáveis que assimilaremos os sentidos vitalistas, sim, existir é ter a capacidade de fugir às garras do controle das máquinas sociais porque não se pode ser revolucionário carregado de ressentimentos, não podemos transmutar o mundo, geridos pela consciência apinhada de imagens culpabilizantes, não nos revigoramos reféns de gurus, de figuras, de formas… só mudaremos a vida se criarmos, inventarmos aliados à epiderme do devir em acto porque a presença modificadora é uma passagem durável, é uma força plena do acontecimento, é a alegria guerreira que jamais esperará por qualquer recompensa, qualquer bajulação, sim, alegria quebra o espelho e produz novos lugares, novas nuances, novas realidades: são as ressonâncias das superfícies lisas e de coexistência de tempos dilatados que derrubam as entropias de quem tenta fazer da existência uma acusação… só poderá ser dono do seu destino quem é generoso, só é generoso quem confia na VIDA!”
“HAJA RAIAS POÉTICAS!”
Cartografias aberrantes, turbulentas, plissadas, labirínticas, heterogéneas, ANORGÁNICAS( FAZER um CORTE no CAOS)
ANDAR-nas-RAIAS, no intermezzo, no entre-dois: tornar visível o invisível, tornar audível o imperceptível, tornar dizível o indizível, o intraduzível!
Haja cirandas estéticas-éticas-hápticas!
Haja pensamentos intensivos e potências do impensado!
Haja diferenças, experimentações e acontecimentos críticos!
Haja paradoxalidades, contágios, alegria dos encontros, composições afectivas!
Haja tempo puro, conexões-desejantes, dobras heterogéneas !
Haja línguas analfabetas-agramaticais e sombras expressionistas
Haja inconsciências, a-consciências, afectologias, complexidades!
Haja problematizações, transgeografias, topologias intempestivas!
Haja sensações, coexistências de loucuras que dizem SIM à vida!
Haja forças singulares, alógicas, aformais: haja corpos indomáveis!
Haja devires, espaços lisos e processos em variação!
Sentir os lances do acaso e mergulhar no IMPERCEPTÍVEL!!”
Programação
23 de maio
Casa do Território (Parque da Devesa)
24 e 25 de maio
Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão
Curadoria: Luís Serguilha
Organização: Associação RAIAS-POÉTICAS
Apoio: Município de Famalicão
23 Maio
17h30 – Raias Sonoras
Filipe Campos Melo; Aurelino Costa; Manu Bezerra de Melo; Maria Toscano; João Manuel Ribeiro; Minês Castanheira; Alcimar Souza Lima; Orlando Alves; Abreu Paxe
18h30 – Dobras do Pensamento
O artista fez um pacto com a vida e com o pensamento: quebrar clichés!
Joaquim Pimenta; Fernando Barbosa; Alcimar Souza Lima
Surfista: Helena Amaral Correia Romão
24 Maio
17h00 – Raias Sonoras (poetas)
Tiago Alves Costa; Carla Carbatti; Alfredo Ferreiro; Carlos Nuno Granja; Maurício Vieira; Adília César; Vasco Catarino Soares; Vítor Cardeira; Luís Filipe Sarmento
18h00
Paulo Cunha, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
18h30
Raias Sonoras (poetas)
Fê-Luz; Ângela Almeida; Carla Muhlhaus; Alberto Pereira; Mariana Portela; Jaime Rocha
19h00 – Dobras-de-Pensamento
Escrever é tornar-se um bastardo, um traidor, um sintomatologista!
Paulo P Domenech Oneto; Domingas Monte; Alcimar Souza Lima
Surfista: Elisa Costa Pinto
25 de maio
10h00
Dobras-de-Pensamento
O Escritor produz uma língua fora da maioria: uma língua que atinge o sublime quando o escritor deixa de ser escritor: o agramatical!
Leonardo Maia; Anton Adam Freire; Abreu Paxe
Surfista: Júlio Sá
15h00
Dobras-de-Pensamento
A DANÇA é um POEMA em construção na ruptura das palavras
Ana Vitória; Helia Borges; Cristina Benedita
Surfista: Paxton Bausch
17h00 – Raias Sonoras (poetas)
Bruno M. Silva; Virna Teixeira; João Mendes Rosa; Gisela Casimiro; Francisca Camelo; Jorge Velhote
18h00 – Dobras-de-Pensaemnto
O ACTOR atinge o animal em si: é a força do corpo do poema: dobra, desdobra a voz, a palavra e o falso, diluindo os limites dos órgãos
Luísa Monteiro; Jaime Rocha; Thiago Arrais
Surfista: Celina Coelho Almeida
Fotografia: José Lorvão
Revista LITERÁRIA: ‘palavra comum’ – Alfredo Ferreiro, Tiago Alves Costa
Escritores, académicos, professores, poetas e artistas convidados:
Paulo Guilherme Domenech Oneto (Professor UFRJ, Brasil e Birkbeck, University of London); Leonardo Maia (Professor UFRJ, Brasil e Université de Paris); Ana Vitória (Coreógrafa, Bailarina, Professora universitária na Angel Vianna, Brasil) Jorge Velhote (poeta, fotógrafo, ensaísta, Portugal); Luís Filipe Sarmento (escritor, tradutor, Portugal); Filipe Campos Melo (poeta, Portugal); Aurelino Costa (poeta, ator, Portugal); Tiago Alves Costa (poeta, ensaísta, Galiza); Alfredo Ferreiro( poeta, ensaísta, Galiza); Abreu Paxe (poeta, ensaísta, professor universitário, Angola), Jaime Rocha (poeta, dramaturgo), José Lorvão (fotógrafo, Portugal); Luísa Monteiro (escritora, ensaísta, dramaturga e professora universitária); Carla Carbatti (poeta, ensaísta, Brasil); Anton Adam Freire (professor, escritor, Espanha); Mariana Guimarães (jornalista); Thiago Arrais (Professor universitário, encenador, Brasil); Alcimar Souza Lima (psiquiatra, escritor e professor universitário, Brasil); Mariana Portela (poeta, Brasil); Bruno M. Silva (poeta, Portugal); Virna Teixeira (tradutora, poeta, editora, Brasil); Francisca Camelo (poeta, Portugal); Alberto Pereira (poeta, Portugal); Elisa Costa Pinto (professora e autora dos manuais Sinais, Signos e Plural, Portugal); Adília César (poeta, editora, Portugal); Ângela Almeida (ensaísta, investigadora científica, poeta, Ilha dos Açores); Carla Muhlhaus (escritora, ensaísta, Brasil); Manu Bezerra (poeta, Cronista, Brasil); Domingas Monte (escritora, Professora da Faculdade de Letras/Univ Agostinho Neto e CEO da Associação Mwelo Weto, Angola); Gisela Casimiro (poeta, fotógrafa, Guiné Bissau); Vítor Cardeira (poeta, Portugal), Fê-Luz (poeta, artista plástica, Brasil); Maurício Vieira (poeta, Brasil); João Mendes Rosa (poeta, ensaísta e curador de arte, Portugal); Carlos Nuno Granja (poeta e curador literário, Portugal); Maria Toscano (poeta, professora universitária e actriz, Portugal); Celina Coelho Almeida (psicoterapeuta, Portugal); Vasco Catarino Soares (poeta, neurocientista, Portugal) Hélia Borges (psicanalista, pesquisadora e professora universitária na Angel Vianna, Brasil); João Manuel Ribeiro (poeta, editor, Portugal); Júlio Sá (professor de literatura portuguesa); Helena Amaral Correia Romão (pintora, galerista e professora, Portugal); Orlando Alves (poeta, Portugal); Minês Castanheira (poeta, Portugal); Cristina Benedita (professora de dança, pesquisadora Univ. Nova Lisboa, Portugal); Mônica Luhuma (Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto, Angola); Joaquim Pimenta (Professor, Artista plástico-fotografia, Curador de Arte, Portugal); Fernando Barbosa ( Dinamizador Cultural, Curador de Arte, Portugal)
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Imagens: José Lorvão
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