“Prevê-se que até 2050 haja mais plástico no mar do que peixe”

“Prevê-se que até 2050 haja mais plástico no mar do que peixe”

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“Prevê-se que até 2050 haja mais plástico no mar do que peixe”. Esta é uma das frases que me tem acompanhado na minha caminhada contra o plástico. Este Verão, com o habitual regresso às praias, foi com muita alegria que vi em diferentes jornais e revistas  artigos que nos alertam para este flagelo.

O plástico não é um inimigo. Vejo nele coisas fantásticas! Como seria a medicina sem plástico, ou a aeronáutica, por exemplo? A questão que se coloca é o uso abusivo e desmesurado deste material que tem uma vida prolongada. Ultrapassa a duração de um ser humano,  fica presente no planeta mais três séculos.

O plásticco também é nosso amigo, mas… dura, dura, dura

O que se torna mais constrangedor, no meu ponto de vista, é que um simples pauzinho de cotonete que utilizamos e descartamos em 5 segundos, ficará no nosso planeta mais de 300 anos.

O plástico é obtido através de combustíveis fosseis que como sabemos estão a terminar, a própria obtenção destes combustíveis é poluente. Será que todo este gasto de matérias e poluição é razoável para 5 segundos de utilização de material?

E como chega o plástico ao mar?

Por vários meios e o primeiro dentre eles é a mão humana que o faz deliberadamente, atirando para o mar lixo, cotonetes através da sanita, embarcações de grande curso que despejam o lixo para não ser contabilizado nos portos. Segundo, a mão humana inconsciente, como a que efetua uma simples lavagem da roupa, pois os tecidos sintéticos contêm microplásticos e sempre que lavamos a roupa são libertados e vão ter ao mar.

Nem todo o plástico é reciclável

Outra questão que é importante termos consciência: nem todo o plástico é reciclável, é difícil até encontramos uma embalagem que seja 100% reciclável. E o que acontece ao plástico que não é reciclável? Vai parar a incineradoras que acabam por libertar gases poluentes e que, mesmo com filtros, libertam dióxido de carbono que é o agente causador do efeito estufa. O plástico é desfeito, mas persiste, logo os microplásticos são absorvidos pela terra e vão mais uma vez parar às correntes marítimas.

É urgente mudar velhos hábitos

Setembro, para mim que sou professora, é como um ano novo. Utilizemos pois este ano novo para fazer a mudança, para nos tornarmos mais conscientes. É urgente mudarmos velhos hábitos e preservarmos os nossos rios, mares e oceanos.

Como podemos começar a reduzir o plástico no mar?

Calmamente, e sem grande ansiedade, comecemos por dizer ‘não’ a tudo o que é descartável. Este é o primeiro passo!

Digamos adeus ao atolar de sacos plásticos nas dispensas, às garrafas de água, aos copos de plástico de café ou água, às palhinhas e cotonetes que causam a morte de tantos animais marítimos. Digamos sim às compras em mercados, ao que é local, à horta do vizinho.

Para tudo o que referi já existem no mercado substituições mais ecológicas e amigas do ambiente, mas sejamos capazes de utilizar a nossa imaginação, recriar sacos de compras a partir de velhos tecidos, utilizar a garrafa da polpa de tomate para levar a água para o trabalho, levar connosco a chávena… E há tanto mais que podemos fazer!

Estas são as palavras-chave que têm que ter em mente para iniciarem a vossa caminhada:

RECUSAR aquele saco plástico que não precisamos, a amostra do creme de rosto que nunca vamos utilizar, mais uma caneta de propaganda que nos oferecem – já temos por casa umas 20! -, entre outras.

REDUZIR o consumo desenfreado a que esta sociedade nos (quase) obriga. Sejamos conscientes. Precisamos mesmo disto? Pensemos mais e compremos menos por impulso.

REUTILIZAR, usar e usar até ao fim. Se não serve para nós, por que não perguntar à família, ou à vizinha? Se rasgou, porque não levar à costureira para reparar?

Vale a pena lutar pelo nosso Planeta Azul

Estamos todos preparados para esta nova caminhada? Esta é sem dúvida uma luta justa pela qual vale a pena lutar, tudo pelo nosso maravilhoso Planeta Azul!

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Imagem: Filipa Jordão


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Acerca do Autor

Filipa Jordão

Nascida em V. N. de Famalicão, atualmente reside na Amadora. Formada em Música, é professora no Projeto Orquestra Geração – Sistema Portugal. Autora do blogue afaceverde.com. Está também presente no instagram com a.face.verde. Email: [email protected]

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