Gulbenkian atribui 1 Milhão de euros em Prémio para a Humanidade

 

 

O Prémio Gulbenkian para a Humanidade, atribuído anualmente, no valor de 1 milhão de euros, pretende distinguir pessoas, grupos de pessoas e/ou organizações de todo o mundo cujas contribuições para a mitigação das e adaptação às alterações climáticas se destacam pelo impacto, inovação e originalidade. As nomeações para este Prémio decorrem até ao próximo dia 7 de abril, sendo o júri constituído por diversas personalidades e liderado pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio. Está prevista a entrega do Prémio em 20 de julho, data da morte de Calouste Sarkis Gulbenkian.

Apesar da momentânea quebra dos valores de emissões de dióxido de carbono e outros gases tóxicos causadores do efeito de estufa no Planeta, motivada sobretudo pela redução de combustíveis fósseis, a humanidade enfrenta uma crise climática sem precedentes e os seus impactos abrangem componentes essenciais para o desenvolvimento sustentável, tais como a saúde pública, o acesso a água potável, o ar limpo, a segurança na oferta alimentar e o abrigo seguro. A ciência indica-nos que os impactos das alterações climáticas têm avançado a um ritmo mais acelerado do que o previsto e que os efeitos nos sistemas naturais podem ser irreversíveis. A imensa maioria dos cientistas mais conceituados a nível internacional na área do clima, pensam mesmo que as atividades humanas são, com quase toda a certeza, a principal causa do aquecimento observado desde meados do século XX.

A atual temperatura média do Planeta é 0,85º C superior à do século XIX. Cada uma das três últimas décadas foi mais quente do qualquer outra década desde 1850, ano em que iniciaram os registos.

Um aumento de 1,5 a 2º C em relação à temperatura na era pré-industrial é considerado pelos cientistas como o limite acima do qual existe um risco muito mais elevado de alterações ambientais à escala mundial que podem ser catastróficas. Por esta razão, a comunidade internacional reconheceu a necessidade de manter o aquecimento global abaixo daqueles valores até ao final do século, o que significa reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, atingindo a sua neutralidade em 2050.

Sem uma mudança drástica, as consequências continuarão a ser devastadoras para a humanidade, em especial para aqueles que se encontram em situação de maior vulnerabilidade.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, os eventos atmosféricos extremos foram responsáveis, desde 2008, pela migração de 22,5 milhões de pessoas. Pensa-se também que milhões de pessoas da África Subsaariana, América Latina e Sudoeste Asiático terão de abandonar as suas casas devido ao aumento do nível da água do mar. As perdas agrícolas e consequente volatilidade dos preços de produtos alimentares também podem vir a ter um impacto arrasador, colocando em risco mais de 1,2 mil milhões de empregos em todo o mundo, nomeadamente nos setores da pesca, agricultura e florestas.

Atualmente, mais de 2 mil milhões de pessoas, quase um terço da população mundial, encontra-se em situações de pobreza ou quase-pobreza e enfrenta ameaças constantes aos seus meios de subsistência, incluindo as relacionadas com as alterações climáticas. Dados referidos pelas Nações Unidas indicam que a crise climática poderá vir a ser responsável por colocar mais 100 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema até 2030. Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se também que as alterações climáticas possam causar, entre 2030 e 2050, um acréscimo de 250 mil mortes por ano, devido a má nutrição, malária, diarreia e stress por calor. Os países com fracas infraestruturas de saúde – a maioria países em desenvolvimento – serão os menos aptos a responder a estas ameaças.

O cumprimento destas metas requer uma mudança estrutural em vários aspetos da sociedade, apelando à ação urgente por parte dos governos, das empresas, das organizações não governamentais e das pessoas. O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, na sequência da 21ª Conferência das Partes (COP21), rege medidas de redução das emissões de gases de efeito de estufa a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2ºC, preferencialmente abaixo dos 1.5 ºC. No entanto, menos de 20% dos 184 países que ainda se regem pelo Acordo de Paris se encontram em vias de cumprir estas metas.  Durante a última Cimeira do Clima organizada pelas Nações Unidas (COP25), no final de 2019, salientou-se repetidamente a relevância dos atores não governamentais no combate à crise climática, o que se evidenciou após os resultados, pouco ambiciosos, alcançados na Cimeira, o que deixa sombrias perspetivas em aberto para o futuro.

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Fontes: Gulbenkian, Comissão Europeia, Wikipedia

Imagens: (0) Robert Bye, (1) Olivier Mesnage, (2) Wim van ‘t Einsde

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