Inicio este artigo com o politicamente não correcto, fazendo alertas para o pós-pandemia.
Independentemente das medidas sanitárias de contingência aplicadas, infelizmente a reboque dos acontecimentos, vertidas na incompetência da Ministra da Saúde, da Directora da DGS e do Governo, para erradicação da pandemia, os governantes têm de imediatamente começar a trabalhar, no day after e no tratamento das sequelas económicas que ficarão por muito tempo, em Portugal.
Possivelmente, e em razão do prazo de tempo, podemos estar a caminho de uma uma crise económica, que fará da crise de 2008 uma brincadeira de crianças.
Portugal, ao invés do que nos tem sido dito, não tem as suas contas e finanças públicas em ordem, muito longe disso. Uma prova disso é já o aumento das taxas de juro da República, em relação às da Alemanha.
O superavit já não existe.
Esta vai ser a altura de ver, na realidade, se os nossos actuais governantes – full size fits balls – são competentes e desfazem a realidade assumida que o Partido Socialista só consegue governar em bonança, ou seja, não repetir a desgraça da última governação de Sócrates.
A despesa pública vai aumentar em virtude da alocação de verbas à saúde e às medidas de contingência. Com o arrefecimento económico (indústria, comércio e serviços depauperados, com as empresas sem cash flow, sem encomendas, lay off) e possível recessão europeia, as receitas serão infinitamente inferiores. Ora temos aqui a prova dos nove para o nosso desaparecido ‘Ronaldo das Finanças’.
Que fará Centeno, deixar deslizar o deficit? Ir novamente na onda do ‘Gaste-se.’ desde que se cumpra a lei europeia?
Se for por este o caminho, teremos de aquilatar do porquê de não ter deslizado estes anos, tendo assim evitado a situação catastrófica em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde, comprovadamente visível na incapacidade de actuação nesta pandemia, mormente enaltecendo o esforço abnegado de todos os profissionais do sector.
Vai tentar acomodar no OE e no PEC, todas as medidas necessárias de contingência, de forma a continuar o caminho para as contas certas?
Impondo a Portugal a continuada e reiterada carga fiscal máxima? Austeridade encapotada.
Ou vai carpir mágoas e vitimizar-se? Atitude muito típica do socialismo, na qual a culpa é sempre dos outros.
Esta pandemia vem colocar à superfície a fragilidade de um Portugal pintado de cor-de-rosa, mas afinal muito cinzento.
Creio que o actual Governo, na senda da sua ideologia, da sua história, vai deixar derrapar o deficit, possivelmente outra vez para perto dos 3% (uma crise/recessão custa em média 2% de pontos percentuais do PIB), abrir os cordões à bolsa, para satisfazer exigências, fazer arranjos governativos à esquerda em troca do poder e estabilidade governativa, por mais um bocado de tempo, tudo a soldo da pandemia Covid-19. Depois quem vier a seguir, pague a factura.
Será que o nosso ‘Ronaldo das Finanças’, que tão perto está do lugar de Presidente do Banco de Portugal, vai querer ficar ligado ao lado negro da “força”?
Cheira a fim de ciclo.
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