Poesia | Poemas colhidos das árvores – XVI: Sempre ouvi dizer

 

 

 

Sempre ouvi dizer,

Não sei bem de onde

Não sei bem de quem,

Que os pensamentos são como raízes:

Arrancam-se os que não servem.

 

E eu,

Que sempre gostei de árvores, flores e fungos

Nunca arranquei nenhum,

Como não arranquei nunca

As flores silvestres do meu jardim.

(Admiro a coragem para florescer onde não é suposto)

 

Cresci, e comigo

O meu jardim selvagem,

Porque os anos não me roubaram o amor

Às trepadeiras e aos dentes-de-leão

E aos sonhos.

Por isso não os arranco.

Nem dele

Nem de mim.

 

E dão-me sombra e luz

E mar, e lagos

E bosques e prados.

Dão-me cidades inteiras.

Cresci e não corto o meu jardim.

 

 

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