São vários os artigos e imensa a literatura a alertar para os impactos nefastos que o fogo de artifício lançado por ocasiões de festa provoca quer nas pessoas mais vulneráveis, quer nos animais, sejam eles selvagens ou domésticos. Aliás, para estes últimos, basta acompanhar os dias seguintes em que ocorrem festividades para que se multipliquem os pedidos de ajuda para encontrar o animal que fugiu ou resgatar alguma vida que se perdeu.
É certo que alguns são protegidos pelos seus tutores mais informados e atentos, preocupados com o bem-estar do seu animal; contudo, e infelizmente, muitos são os que, por se encontrarem na rua ou no seu habitat natural, estão desprotegidos, e outros que, devido ao desconhecimento destes impactos por parte de quem os acolhe, ficam sujeitos a longos períodos de medo e ansiedade pelo barulho provocado, observando-se muitas vezes reações extremas, tais como tremores, latidos excessivos, podendo até resultar em convulsões, entre outras.
Mas não só. Pessoas autistas, crianças pequenas, recém-nascidas, idosos e idosas doentes com Alzheimer, etc., todos os seres são atingidos, em maior ou menor grau, pelo distúrbio e pelas vibrações sonoras causados pelo rebentamento do fogo. Aliás, qualquer pessoa mais sensível a nível auditivo pode ser afetada por esta situação.
Diversos metrópoles mundiais e concelhos nacionais começam a encontrar alternativa alternativa ao fogo de artifício em ocasiões de festa. Quando seguirá Famalicão este modelo?
Em sentido contrário, Xangai, a título de exemplo, em 2020, substituiu os fogos de artifício tradicionais de boas-vindas ao Ano Novo por quase 2000 drones numa exibição sincronizada. Os drones foram controlados por um computador central que os programou para voar em padrões específicos. Por cá, concelhos como Gondomar, Odivelas, Setúbal estão a dar os primeiros passos nesse sentido, tendo já sido aprovado nas suas Assembleias Municipais recomendações do partido PAN para que seja feita essa transição.
Temos assistido a uma tendência crescente para encontrar alternativas aos fogos de artifício, que criam poluição sonora, fumo e podem constituir risco de incêndio, além dos impactos na saúde de pessoas, principalmente das mais vulneráveis, e animais. Sabemos que as alternativas existem. Haverá vontade executiva para fazer avançar Famalicão para um patamar de políticas inclusivas e amigas do ambiente?