Entre o futebol e a política há mais em comum do que devia. Cruzam-se na semântica e nas metáforas; na «clubite» e «partidarite» acríticas e meio bovinas; no modo como agentes de um lado e lobistas do outro acumulam e distribuem malas de dinheiro, benesses, jantaradas regadas a Barca Velha.
Quando alguma coisa corre mal têm também a mesma explicação: a culpa foi do árbitro! Eu, que gosto muito de futebol e sofro de «clubite» (não de «partidarite», já agora), não gosto nada dessa explicação. Não é por não reconhecer que, pelo menos em alguns casos, o árbitro foi mesmo culpado. Não gosto, porque ao apontar o dedo ao árbitro estamos a esquecer, apagar e desculpar as culpas próprias, e raros são os casos em que estas não existem.
De pouco adianta culpar o árbitro
É o que se está a passar neste caso, onde vemos imensa gente, do PS mas não só, a apontar o dedo ao árbitro (Ministério Público) esquecendo de olhar para as culpas da equipa. Quem tem um chefe de gabinete que acumula quase 80 mil euros, em notas, no local de trabalho, ou é cego ou descuidado. O que se disse acerca do Sócrates – que quem trabalhou de perto com ele e não viu nada de estranho ou era cego ou era parvo – aplica-se aqui também. Escolher mal a equipa pode acontecer a qualquer um, manter a escolha quando está à vista que os escolhidos não cumprem é meio caminho andado para perder o jogo. Face a isso, de pouco adianta culpar o árbitro.
Imagem: Boom / Pexels
Obs: texto previamente publicado na página facebook de Luís Cunha, tendo sofrido ligeiras adequações na presente edição.
1ª Página. Clique aqui e veja tudo o que temos para lhe oferecer.
1ª Página. Clique aqui e veja tudo o que temos para lhe oferecer.
Migração pré-histórica única terá originado população indígena brasileira
Betnacional é o melhor site para jogadores do Brasil em 2023