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O sal na História e na Religião

 

 

São inúmeras as referências ao sal na história da humanidade. Por seu lado, a religião, sempre presente desde que o homem é homem, usa-o também como referência nos mais diversos ritos e citações. Assim, em todos os continentes, da China ao Médio Oriente, atravessando a Europa e, como não podia deixar de ser, este cristal, nas suas mais diversas formas de uso, está também bem presente em Portugal.

Da China a Portugal

Lá longe de nós, a China foi uma das primeiras civilizações que comercializou o sal.

No Mediterrâneo, desde o antigo Egipto à dominação árabe, passando por fenícios, gregos e romanos, a produção e comércio do sal estiveram na vanguarda das relações entre os estados.

O sal constituiu monopólio em muitos deles. Heródoto narrava sobre as caravanas que se dirigiam aos oásis do sul do deserto líbio transportando o sal, tráfico que se mantém no Saara de hoje.

Para gregos e romanos, o sal era uma das oferendas mais apreciadas. Estes ofereciam a mola de sal aos lares, as divindades da religião que professavam.

Na Roma Antiga, as salinas eram do estado, que as arrendava e, aí, o sal sobre uma mesa era marca de um patrono rico. Nos exércitos distribuíam rações de sal a que chamaram salário, um procedimento que, mais tarde, no tempo do Império, foi substituído por um soldo para comprar sal. A importância do sal era tal que se construíram estradas, conhecidas por Via Salaria, para transportar o sal das salinas litorais para a região dos sabinos.

Em França é conhecida uma muito antiga Route du Sel e, na Alemanha, uma Salztrasse. Falava-se aí e chegou até nós a expressão sal sapientia como símbolo da sabedoria.

Na Arábia praticava-se a comunhão de sal, comendo sal em companhia, o que era considerado uma cerimónia sagrada, e em Marrocos deitava-se sal nos lugares escuros para afugentar os maus espíritos.

Na Mesopotâmia havia partilha de sal à mesa como símbolo de convivência amistosa.

O rei da Síria cobrava tributo de sal sobre as explorações adjacentes ao Mar Morto e as grandes minas de sal da Índia setentrional já eram exploradas no tempo de Alexandre. Nesse tempo, tiveram nome o Sal de Palmira, traficado entre o Golfo Pérsico e os portos da Síria, e o Sal de Tadmar, entre as costas do mar Egeu e as da Rússia, no mar Negro.

No Tibete usaram-se pães de sal como moeda de troca e no sistema fiscal do Oriente tiveram importância e nome os impostos sobre o sal.

No Sião e no Laos, as parturientes lavavam-se com água e sal para se protegerem contra o sortilégio.

Entre os teutões, os juramentos eram pronunciados metendo um dedo no sal e a importância deste produto está ainda patente no tabu de sal que consistia na sua abstenção, imposta em determinadas ocasiões.

Nos países nórdicos colocava-se sal junto ao berço das crianças para as proteger do mal.

Na Áustria, Salzburg (castelo de sal), “Salisburgium”, no tempo da ocupação romana, deve o nome ao facto de ali se cobrar, no século VIII, uma taxa (pedágio) às barcaças que transportavam sal no rio Salzach, Na região, a aldeia de Hallstatt (lugar de sal) deve o nome à existência, ali, da mais antiga mina de sal do mundo. Saiba-se que Salzburg e Hallstatt evocam a ideia “sal”, a primeira por via do latim “sal, salis”, a segunda com raiz no grego “halós”.

O sal na História de Portugal

A tão falada na nossa História, Batalha do Salado, travada a 30 de Outubro de 1340, em que as tropas cristãs de Afonso XI, rei de Castela, e de Afonso IV, rei de Portugal, desbarataram os exércitos muçulmanos de Abu al-Hassan Ali, o rei de Marrocos e Fez, e de Yusuf, emir de Granada, deve o nome ao facto de ter sido travada junto da ribeira com esse nome, na província de Cádis.

Chamou-se Sal de Santa Maria a um imposto pago pelos proprietários de barcos e D. Sebastião decretou o monopólio da exploração salina para custear a malograda expedição de Alcácer Quibir, em 1587.

Restaurado Portugal, em 1640, a dívida aos estados que nos ajudaram a expulsar o domínio espanhol foi paga com sal, então considerado o melhor de toda a Europa. Tão bom era, que os pescadores do Norte da Europa, onde o clima é desfavorável e a salinidade do mar é fraca (7,2 g/l, no Báltico), abasteciam-se aqui de sal a caminho da pesca do bacalhau na Terra Nova.

Nessa época, em Portugal, punia-se com a pena de morte todo o marnoto nacional que ousasse ensinar aos galegos, nossos concorrentes, a arte das salinas.

Recorde-se também que o Marquês de Pombal mandou arrasar o palácio onde viveram os Távoras e cobrir de sal o respectivo terreno.

Bíblia repleta de referências ao sal

A Bíblia está repleta de referências ao sal, entre as quais as alusivas a rituais religiosos com e sem sacrifícios.

No baptismo cristão e por influência dessa tradição, o padre, ao colocar sal na boca do catecúmeno, diz: “Recebe o sal da sabedoria; que ele seja para ti uma propiciação para a vida eterna!”.

Jesus conferiu a esta substância o mais elevado significado espiritual, ao chamar Sal da Terra aos apóstolos e isso explica que haja sal na água benta e na água gregoriana (mistura benzida de água, sal, cinzas e vinho) usada na consagração das igrejas e altares.


Imagem: Kostka Rubika / Pixabay.

Obs: texto previamente publicado na página facebook de António Galopim de Carvalho, tendo sofrido ligeiras adequações na presente edição.


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