Meloni ‘pater familias’

Meloni ‘pater familias’

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“Ora, então, não queriam mulheres na política? Tomem lá a Meloni!”

A nova retórica twitteira alt-right passa, agora, por celebrar aquilo que parece aos seus adeptos o contrassenso feminista.

Deixa cá ver! Mas será que nos tentam dizer que mais valia deixar tudo como estava porque as mulheres quando lá chegam é só para fazer vergonhas?

Se está lá uma mulher…

Ainda não percebi se é esse o ponto a que querem chegar ou se é esse o ponto do qual querem partir!…

Mas, seja como for, nada em Giorgia Meloni é sobre feminismo. E toda a retórica que por aí se passa pretende tão-só apoucar um problema social perfeitamente identificado. Faz-me lembrar uma marcha que em tempos se fez apregoando que não havia racismo em Portugal… E, no caso, por maioria de razão, estes retóricos quase concluem que se está lá uma mulher então é porque não há machismo! Aliás, a eles, parece-lhes que machistas são as feministas que não apreciaram ver a Meloni eleita na Itália.

Machismo, uma condição social estrutural

No entanto, tal como o racismo, o machismo é uma condição social estrutural (política, profissional, cultural) que não se resolve com o facto duma ultraconservadora do patriarcado ser primeira-ministra. Aliás, o facto de lá ter chegado é a demonstração cabal que o machismo existe e, como sempre fez, apoia e dá visibilidade às mulheres que, como os homens, se posicionam contra os direitos das mesmas. Tudo velho e gasto!

Lulas e melões – as eleições no Brasil e em Itália

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Categorias: Crónica, Democracia, Mulher

Acerca do Autor

Célia Borges

Jurista. Vila Nova de Famalicão.

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