As vendas de vestuário ao exterior, em comparação com o período homólogo de 2021, cifraram-se na ordem dos 1468 milhões de euros, assim revelando um crescimento próximo de 18%, segundo revelam números preliminares do INE para o período de janeiro a maio de 2022. Esta tendência foi dinamizada quer pelo vestuário de malha, quer pelo vestuário de tecido, e acompanha um tendência geral de forte crescimento do tecido económico português.
Entre os principais mercados de destino das exportações de vestuário, destaca-se o caso da Espanha que evidenciou um crescimento de 6,6% em relação a 2021 e assume uma proporção de 28% do vestuário exportado. Também de salientar o desempenho do mercado francês (que assume uma representatividade próxima dos 17%), com um crescimento de 25,4% em comparação com 2021, bem como dos mercados germânico e italiano, com crescimentos de 22,7% e 32,2%, respetivamente.
Nos cinco primeiros meses de 2022, as exportações de produtos de vestuário de malha acumularam um crescimento de 13,3%, enquanto no caso do vestuário de tecido assistimos a um crescimento de 32,1%, em comparação com igual período de 2021.
«As exportações nacionais de vestuário prosseguem a dar sinais de uma evolução sustentada, continuando a avançar em 2022 com um bom desempenho. Destacamos, novamente, os resultados excecionais em inúmeros mercados de referência, como o francês, o germânico, o italiano, o holandês e o norte-americano», destaca César Araújo, presidente da ANIVEC. «As exportações de vestuário de tecido continuam a ganhar dinâmica, com crescimentos de dois dígitos nos onze principais mercados de destino. Este desempenho extraordinário é, mais uma vez, uma evidência da competitividade das nossas empresas», acrescenta.
ANIVEC queixa-se de abstencionismo de funcionários têxteis
Comparando a igual período de 2019, o vestuário de tecido ainda não recuperou totalmente. Seja como for, apenas um pouco menos de 20 milhões de euros estão em falta para atingir os valores pré-pandemia, com as vendas para a União Europeia a caírem 12,5% e a penalizarem a performance global do setor. Em compensação, os mercados extracomunitários estão a crescer 44,5%. A ANIVEC (Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção) não tem dúvidas que, até ao final do ano, os números pré-pandemia serão «completamente ultrapassados», mas César Araújo assume «grande preocupação» com os efeitos do absentismo nas empresas.
Apesar do crescimento das vendas e correspondentes ganhos, que devem indicar saúde do setor, os industriais do têxtil e vestuário manifestam-se preocupados pelo grau de absentismo dos trabalhadores que, segundo consta, ronda os 15% a 20% diariamente. Assim sendo, numa indústria que emprega 90 mil pessoas, serão 13 500 a 18 mil a não se apresentarem ao trabalho todos os dias, garante César Araújo, que fala em «facilitismo na obtenção de baixas médicas» e reclama uma «verificação mais apertada» das mesmas.
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Imagem: Andrea Piacquadio