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Um relatório de 2016 – Planting Healthy Air – dá nota das evidências sobre o impacto da temperatura alta na mortalidade, sendo que caso se aumentasse a plantação de árvores nas cidades – de referência do estudo – reduzir-se-ia entre 2,4% a 5,6% na temperatura o que poderia significar entre 200 a 700 vidas salvas nessas mesmas cidades. Este cenário relativamente a condições climatéricas normais, considerando as alterações climáticas a que assistimos, existe um potencial de aumento de mortes em 20 vezes. Também a Organização Mundial da Saúde prevê que até 2050, as mortes provocadas por ondas de calor possam chegar a 260.000 anualmente, caso não existam planos de adaptação às novas exigências climáticas.
Morrem prematuramente 6000 pessoas em Portugal devido à poluição respiratória
Neste mesmo relatório é, ainda, referido um estudo que prevê que até 2050, as substâncias finas, de diferentes origens, presentes no ar poderão contribuir para a morte de 6,2 milhões de pessoas por ano.
Não será muito difícil transpor esses números para a nossa realidade. Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, em Portugal morrem, prematuramente, por ano, 6000 pessoas devido à poluição atmosférica.
Em Vila Nova de Famalicão há inércia e indiferença perante os alertas
E, apesar de no site da APA não existir qualquer estação registada no concelho de Famalicão para medição da qualidade do ar, nem o concelho ser parceiro na campanha de sensibilização “POR UM PAÍS COM BOM AR”, assim como a plataforma B-SMART FAMALICÃO ainda não ser SMART (esperta) para controlo da qualidade do ar, é sabido que no município de Vila Nova de Famalicão, em 2019, 10,1% dos óbitos resultaram de doenças do aparelho respiratório.
Quando a realidade nos chega em números como os que temos em mãos, e temos ao dispor todo o saber tecnológico e ciência a dizer, de forma clara, que sem medidas concretas e preventivas o futuro será tudo menos risonho, é com bastante preocupação que se assiste a uma total inércia e indiferença perante os alertas.
Proteger o arvoredo urbano em Portugal
O mais curioso – a palavra mais simpática que me ocorre para classificar – é o facto de a solução estar literalmente acima das nossas cabeças e chama-se árvores.
Em abril de 2021, o PAN foi o primeiro partido a apresentar um Projeto de Lei que visava a Criação do regime jurídico de proteção do arvoredo urbano, projeto esse que ficou vertido na Lei n.º 59/2021, de 18 de agosto, estabelecendo o Regime jurídico de gestão do arvoredo urbano.
Municípios têm 4 meses para aprovar regulamento
Entre outras disposições importa salientar que a Lei, ora publicada, atribui aos municípios a competência para elaborar e aprovar um regulamento municipal de gestão do arvoredo em meio urbano, no prazo de um ano a contar da data da publicação da presente lei. Tic Tac!… Faltam 4 meses.
A importância deste regulamento não carece de grandes explicações, especialmente num município onde a ordem do dia é abater árvores. O património ambiental famalicense está a ser dizimado em nome de – nada. Pois assim é quando as explicações se resumem a escolhas estéticas.
Não pode valer tudo em nome de uma obsessão doentia
As obras no centro da cidade são um exemplo disso, mas não são um caso único. Ruivães, Joane, Landim e tantas outras situações que nos levam a questionar, qual é o limite? Não pode valer tudo em nome de uma obsessão doentia em padronizar os jardins e espaços verdes, onde se minimiza a importância de uma árvore adulta e todas as vantagens que isso comporta, para se dar lugar a (poucas) árvores jovens, muitas não autóctones, com cimento até ao tronco, e a meia dúzia de pedras num jardim (cada vez mais) impermeabilizado com tela completamente desprovido de vida natural.
A artificialização do meio ambiente corre a um ritmo alucinante; o travão chamado sustentabilidade parece estar avariado.
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Imagem: DR
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