A guerra na Ucrânia e subsequentes sanções à Rússia de Vladimir Putin dispararam os preços dos combustíveis nos mercados, movidos pela procura. Nas bombas, o combustível já ultrapassou os dois euros por litro. O gás não para de bater recordes.
Putin, o presidente da Rússia, está convicto que o Ocidente não suportará, por muito, manter as sanções e ri-se, pois todos os dias a Europa lhe compra milhões de euros de gás e petróleo, do qual depende. Vladimir Putin sabe, ainda, que o combustível russo que a Europa e os EUA não comprarem, por recorrem a outras fontes (Arábia Saudita, Nigéria, Venezuela, etc. – tudo regimes a evitar), outros países o comprarão, via um pequeno desconto: o mercado é global.
Todos os que teimam no paradigma automóvel e nos combustíveis fósseis, alimentam Putin (e os outros Putins deste mundo) e entre estes está o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.
Opções de Ricardo Rio inviabilizam alternativas aos bracarenses
Seria de esperar, face ao encarecimento dos combustíveis, que Braga visse um alívio do trânsito e o recurso a alternativas de mobilidade. No entanto, as opções de Ricardo Rio inviabilizaram essas alternativas aos bracarenses.
Onde está o plano de mobilidade urbana sustentável?
Ricardo Rio foi eleito, em 2013, prometendo tornar Braga uma cidade modelo da mobilidade sustentável e inclusiva. Mandou, até, elaborar um plano de mobilidade urbana sustentável (que condicionou ao automóvel) e de que não sabemos nada desde 2019.
Onde está o Bus Rapid Transit?
Em 2015, prometeu um radical (e caro) sistema de Bus Rapid Transit (Metrobus), que esqueceu e depois recuperou na tentativa de aproveitar os fundos da bazuca europeia para o relançamento da economia (infelizmente, a bazuca só apoia projectos exequíveis até 2026 e Rio não elaborou projecto nenhum, pelo que o pote europeu não vem para Braga).
Onde está a revolução nos TUB?
Ainda em 2015, comprou autocarros usados, desconsiderando ambiente, acessibilidades para utentes de mobilidade condicionada, fiabilidade, custos de exploração e conforto dos utentes.
Mais importante, ficou esquecida a prometida revolução nos TUB. O legado de Mesquita Machado é agora o de Ricardo Rio: transportes públicos sem faixas BUS, sem racionalidade, sem interligação, sem fiabilidade.
Em 2018, Ricardo Rio recusou a aquisição de autocarros elétricos cofinanciados, preferindo o… Gás Natural (naturalmente fóssil) que agora encarece. Ainda mais incompreensível, foi obrigado a gastar 1,4 milhões de euros adicionais para adquirir uma nova central de abastecimento de gás, uma vez que a velha estava em fim de vida. Este é mais um legado de Ricardo Rio, mais uma oportunidade perdida.
Ciclovias crescem apenas umas centenas de metros
A mobilidade ciclável vê aumentar o número de utilizadores da bicicleta, mas não graças a Ricardo Rio, que já nem tenta disfarçar a falta de vontade de concretizar os 76 kms de ciclovias que prometeu. Apenas na sustentação das candidaturas a galardões de sustentabilidade vemos as ciclovias como importante aposta da infraestrutura municipal, que na realidade apenas cresceu algumas centenas de metros, ao custo de vários milhões de euros, desde 2013.
Durante a pandemia, Ricardo Rio recusou instalar ciclovias pop-up, uma transição temporária da dedicação da infraestrutura municipal do carro para a bicicleta que fez sucesso nas cidades europeias, tendo muitas tornado a transição definitiva dada a massiva adesão dos cidadãos. Para as mais recentes eleições, Rio recuperou o termo pop-up mas sem ciclovias, gastando dinheiro público numa clara demonstração da falta de vontade de criar alternativas ao automóvel. Em Braga faltam ciclovias, falta reorganização do trânsito para as bicicletas, falta segurança para o utilizador da bicicleta.
Mobilidade pedonal ao nível do terceiro mundo
Quanto à mobilidade pedonal, é o pior cenário. Numa cidade que podia ser caminhável, os cidadãos têm condições do terceiro mundo, passeios partidos, buracos, com degraus, sem passadeiras, sem iluminação pública adequada, por vezes sem passeios, e sempre sem qualquer vontade por parte do município em reverter esta situação.
Atenção milionária de Ricardo Rio volta-se apenas para o automóvel
Apenas o automóvel vai merecendo a atenção milionária de Ricardo de Rio. Depois de uns placards para dizer aos automobilistas que iam em excesso de velocidade, haverá agora uns placards para lhes dizer que o trânsito não anda. O nó de Infias, da responsabilidade da empresa Infraestruturas de Portugal, vai ser depósito de milhões municipais na tentativa de o desatar (em vão, vaticino).
(I)mobilidade automóvel e energias fósseis, um favor que Putin agradece
É inevitável concluir que as apostas de Ricardo Rio são a (i)mobilidade automóvel e as energias fósseis, com prejuízo das finanças dos cidadãos bracarenses. Tal como todas as ditaduras que vivem dos combustíveis fósseis, Vladimir Putin agradece.
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Imagem: MBRG
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