antónio mota - poeta - poesia - memória - não me vou esquecer de mim - morte - vida - memória - esquecimento - vida - coragem - medo - desconhecido

Não me vou esquecer de mim

 

 

1.

Não me vou esquecer de mim. Não há morte que me aporte e de mim mesmo me aparte e me leve no que sou. Pode vir quando quiser, mas não é ela que decide o que levar. Só levará de mim o que restar, casa vazia, casca fria, cinza branca, dor ou nada, à flor do vértice pousada do princípio e do fim.

2.

Ninguém morre nunca quando a morte. Só se morre quando a vida. Não há transição. Ou se está morto, ou vivo. E, por isso, não há morte que me aporte e me aparte, quando me vier buscar. Serei sempre o que sempre fui no labirinto da biblioteca onde eterno dorme o esquecimento.

3.

Há na natureza uma força, uma grandeza tal, tão de vida e abundante que não há morte que a mate. O que há é movimento. Eu sou dessa natureza parte ínfima eternamente. Pois, se vivi, vivi. E se morri, morri. Não altera a morte a vida que vivi, nem a base do cone de luz donde vim. Não altera a vida o vértice, nem a base do cone, que se projecta sempre para a base crescente, anónima do futuro.

4.

Só nos reconhecemos no vértice do cone que do passado aflora, e no vértice do cone que para o futuro, inverso, se projecta. E nós não conseguimos ver-nos aquém e além do vértice. Mas a verdade é que somos infinitamente mais que os vértices, onde chegamos e de ontem partimos. Temos é medo da viagem no desconhecido.

5.

Não me vou esquecer de mim. Não há morte que me aporte e de mim mesmo me aparte e me leve no que sou. Pode ela vir quando quiser , mas não é ela que decide o que levar. Só levará de mim o que restar, casa vazia ou casca, cinza branca, dor ou nada, à flor do vértice do princípio e do fim.

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