Desde a sua fundação, em 1973, que o Partido Socialista (PS) sempre teve dificuldades em conciliar os interesses internos desde os de defesa das classes mais desfavorecidas aos interesses mesquinhos de carreira ao sabor da conjuntura internacional dominada por interesses avessos ao interesse comum.
Desempenhou tarefa na conciliação em momentos conturbados e cruciais da História Nacional recente com mestria, mas não soube ultrapassar o estigma que interesses antagónicos provocam arriscando alternâncias no poder que nunca lhe permitiram construir o almejado sonho de uma sociedade aonde o Socialismo Democrático vingasse e o novo conceito de Estado Social começa a ser uma miragem para a generalidade dos Portugueses. E, dos Europeus, por motivos idênticos, embora de plenitude internacional numa Internacional Socialista em agonia social.
António Costa teve a coragem de, em 2015, ter rompido com esse percurso e ter alinhado o Partido Socialista com a sua génese identitária.
Novos tempos, novas exigências
Volvidos seis anos, o Partido Socialista arrisca novamente afrontar os que dentro do seu partido querem retomar a senda política do centro-direita porque ainda não perceberam que esse espaço não existe no plano macroeconómico e que a pequena e média indústria enfrenta os mesmos problemas que as populações locais que são quem as forma e delas depende tendo por isso interesses diferentes dos interesses do setor financeiro transnacionais facto pelo qual o modelo liberal é já um modelo ultrapassado, ultrapassado que foi também o modelo da social-democracia e o novo modelo do Estado Social começa a assumir forma por ser a única solução capaz de responder aos problemas com que as sociedades civilizadas se confrontam. Tanto nas respostas a dar às exigências atuais como futuras:
- de formação educativa;
- da organização;
- de distribuição com equidade; e
- de justiça.
Reinventar conceitos e métodos
Os novos tempos exigem às sociedades organizadas sintonia absoluta entre todos os domínios. Desde os agentes económicos e aqueles que para eles trabalham, na sua globalidade, até ao consumo final, tenha ele a forma que tiver.
Os recursos naturais são cada vez mais escassos e, por isso, carecem de metodologia racional em economia circular para garantir estabilidade continuada e, ou, progressiva, no sentido da eliminação do desperdício.
Esta nova metodologia tem de reinventar novos conceitos e alterar todos os princípios básicos pelos quais as atuais sociedades se regem, o que exige a reformulação da atual organização social em pirâmide de classe para uma nova organização social de proximidade plana, nivelada pelo conhecimento e alicerçada em rendimento adequado às necessidades de vida com qualidade.
- A moeda circulante passou a ser controlada pelo poder político em exercício de função, limitando a ação efetiva dos agentes financeiros; e
- O papel parasitário dos agentes financeiros perdeu as condições elementares de pressão em favor da organização política internacional concertada.
Ao assumir esse ónus, restam-lhes as artimanhas do costume para contornar a Legislação dos diversos Países e que se traduzem em criminalidade organizada em paraísos fiscais, negócios ilícitos, e outras formas mais ou menos conhecidas.
Assim sendo, a questão central estará no modelo de civilizações existentes e que urge mudar para responder aos atuais desafios nacionais e internacionais.
Esta é a encruzilhada em que o PS se encontra e de que dificilmente encontrará a porta de saída sem primeiro apontar essa porta aos seus “inimigos” internos.
Ou, aguardar que o futuro se encarregue dessa tarefa.
O dilema da atualidade
Tendo em linha de conta a matriz ideológica dos partidos em questão, não há condições para esse modelo social em País nenhum.
A rutura social atingiu o limite ao centrar em dois polos os seus conflitos existenciais: os novos pobres e os novos abastados, condição que empurra as organizações políticas umas para cima das outras, por falta de espaço político, centrando na bipolarização a perspetiva futura da organização política e social.
Os partidos políticos, tal qual se nos apresentam, já não têm espectro social a que se agarrar a não ser o do exercício de cargos como se de profissões se tratasse.
Esse tem sido o dilema atual que gere a competitividade interna e a guerra entre os pares para conseguirem um lugar numa lista em posição elegível.
Acontece que a dinâmica política das sociedades começa a gerar movimentos ditos inorgânicos, sem que se perceba muito bem de onde lhes vem a “organização” que apresentam na sua retaguarda em domínios como: a mobilização, concertação de objetivos, sincronismo transversal, o que augura novos tempos demasiado conturbados e de risco elevado.
Não perceber esse sinal é levar a Humanidade para o abismo.
Importa, por isso, reforçar a ideia de que o Estado Social é a saída e de que os partidos socialistas são uma escola de soluções para as novas sociedades e não uma agência de empregos de curto prazo.
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